A Energoatom adiantou que uma das linhas que ligava a central à rede nacional ucraniana de eletricidade foi restaurada na noite de sábado, permitindo à empresa encerrar o último reator.
A última linha de energia tinha sido cortada na segunda-feira, deixando a central sem qualquer tipo de fonte de energia exterior.
Zaporijia era até ao momento alimentada pelo único dos seis reatores que se mantinha operacional, fornecendo energia aos seus sistemas de segurança.
No sábado, os presidentes ucraniano e francês, Volodymyr Zelensky e Emmanuel Macron, insistiram na necessidade de garantir a segurança de Zaporijia, alertando para a “situação muito preocupante” vivida naquela infraestrutura.
De acordo com o Eliseu, citado por agências noticiosas, nesta conversa telefónica os dois presidentes reiteraram o apoio ao trabalho da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA)”, que na sexta-feira tinha alertado para a “situação insustentável” em Zaporijia devido ao apagão em Enerhodar.
Zelensky e Macron sublinharam a exigência de garantir a retirada das tropas russas daquela zona para garantir a segurança em Zaporijia.
Segundo o Presidente ucraniano foi dado muito tempo à crise na central nuclear de Zaporijia.
“A nossa posição é que a única maneira de proteger a Europa de um desastre nuclear é desmilitarizar a central”, afirmou.
Num vídeo publicado na página oficial da AIEA na sexta-feira, o diretor-geral da agência, Mariano Grossi, deu conta da “grave situação” que aconteceu na noite de quinta-feira em Zaporijia na sequência de um apagão em Enerhodar, devido a um bombardeamento que destruiu a infraestrutura de energia que alimenta a cidade.
“Esta é uma situação insustentável e cada vez mais precária. Enerhodar escureceu. A central nuclear não tem energia externa. E vimos que quando a infraestrutura foi reparada, acabou por ser danificada novamente”, lamentou.
A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.
A ONU apresentou como confirmados 5.587 civis mortos e 7.890 feridos, sublinhando que os números reais são muito superiores e só serão conhecidos no final do conflito.