Num comunicado conjunto, a Direção-Geral de Saúde (DGS), o Ministério da Saúde e o Infarmed salientam que aquelas doenças inflamatórias "são complicações conhecidas da covid-19 e ocorrem com maior frequência após a infeção covid-19 em comparação com a ocorrência observada após a vacinação".
Segundo o texto, na União Europeia (UE) foram vacinadas 16,1 milhões de crianças com vacinas da marca Comirnaty® (da Pfizer) e 34,1 milhões da marca Spikevax® (da Moderna), sendo que "não foram identificados casos de miocardite em crianças entre os 6 meses a 4/5 anos de idade".
A miocardite e a pericardite são doenças inflamatórias do coração que se manifestam geralmente por falta de ar, dor no peito e batimento cardíaco intenso que pode ser irregular (palpitações).
"Os casos referidos pelo Comité de Avaliação do Risco em Farmacovigilância (da Agência Europeia de Medicamentos) foram observados maioritariamente nos 14 dias subsequentes à vacinação, mais frequentemente após a segunda dose e em jovens adultos do sexo masculino", lê-se na mesma nota informativa.
No comunicado, as três entidades referem que "de acordo com os dados disponíveis, o desenvolvimento de miocardite e pericardite após vacinação segue um perfil clínico típico, geralmente com melhoria após descanso ou tratamento".
O texto explica que "os grupos elegíveis para reforço sazonal na Campanha de Vacinação contra a covid-19 do outono-inverno 2022-2023, entre os quais as crianças com pelo menos uma das patologias de risco definidas" pela DGS, "são definidos em função do risco para doença grave, hospitalização e morte por covid-19 de acordo com uma estratégia de vacinação de proteção de vulneráveis".
Na quinta-feira, a DGS, através de uma norma publicada no seu ‘site’, recomendou aos profissionais de saúde atenção aos sinais e sintomas de miocardite e pericardite nas crianças nos primeiros 14 dias após terem recebido a nova vacina contra a covid-19 da Pfizer.