O Presidente ucraniano chegou de manhã cedo à Torre Trump, uma das propriedades do bilionário republicano em Nova Iorque.
“Vamos ter uma reunião construtiva hoje”, afirmou Donald Trump, elogiando o que descreveu como “muito boa relação” com Volodymyr Zelensky, mas também com o Presidente russo, Vladimir Putin, que em fevereiro de 2022 deu ordens às suas forças armadas para invadir a Ucrânia.
“Concordámos que devemos acabar com a guerra na Ucrânia”, declarou Zelensky antes da reunião com o político norte-americano.
O líder ucraniano encontra-se de visita aos Estados Unidos aos Estados Unidos desde domingo, e na quinta-feira ouviu garantias do seu homólogo norte-americano, Joe Biden, e da candidata democrata às presidenciais de 05 de novembro, Kamala Harris, de apoio a longo prazo de Washington.
Donald Trump, que fez da “América em primeiro lugar” um dos principais marcos da sua presidência, critica, no entanto, regularmente as grandes quantias libertadas por Washington para apoio militar a Kiev desde 2022.
Ainda esta semana, descreveu Volodymyr Zelensky como “o melhor vendedor do planeta”, ironizando: “Cada vez que vem ao nosso país, sai com 60 mil milhões de dólares [53,6 mil milhões de euros]”.
Na semana passada, a presidência ucraniana anunciou que Zelensky planeava encontrar-se com o antigo Presidente norte-americano durante a sua visita aos Estados Unidos – a quarta desde o início da invasão russa.
Mas a reunião foi entretanto suspensa, segundo a imprensa norte-americana, não tendo Trump apreciado uma entrevista dada pelo líder ucraniano à revista New Yorker, na qual afirmava que o candidato republicano não sabia bem como travar esta guerra.
Trump afirmou repetidamente que, se fosse reeleito, resolveria a guerra entre a Rússia e a Ucrânia “em 24 horas”, mas sem nunca explicar como o faria.
“Penso que podemos encontrar um acordo que seja bom para ambos os lados”, insistiu hoje.
A reunião entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky acontece um dia depois de um encontro do Presidente ucraniano na Casa Branca com Joe Biden e a vice-Presidente norte-americana, Kamala Harris, após uma deslocação ao Congresso.
“A Rússia não vencerá”, declarou Biden. Para “ajudar a Ucrânia a vencer esta guerra”, o líder dos Estados Unidos tinha anunciado antes um “aumento da ajuda à segurança”, mas sem dar a luz verde esperada por Kiev para disparar mísseis norte-americanos de longo alcance em solo russo.
“Esta guerra pode ser ganha e uma paz justa pode ser concluída, mas apenas com os Estados Unidos”, argumentou Volodymyr Zelensky, que apresentou o seu “plano de vitória” que visa pôr fim à invasão russa iniciada a 24 de fevereiro de 2022.
“O meu apoio ao povo ucraniano é inabalável”, assegurou-lhe também a Kamala Harris, durante uma reunião separada.
“Há pessoas no meu país que gostariam de forçar a Ucrânia a abandonar grandes partes do seu território soberano, (…) estas são propostas de capitulação, o que é perigoso e irresponsável”, acrescentou, numa alusão ao adversário republicano, Donald Trump.
As tropas de Moscovo têm feito progressos nos últimos meses contra as forças de Kiev no leste da Ucrânia, que por sua vez tem em curso desde o início de agosto uma invasão terrestre na região russa de Kursk.
Lusa