No vídeo, que dura mais de 11 minutos e que pelas 22:00 tinha mais de 500 visualizações, Sócrates diz que "decidiu gravar estes pequenos vídeos em legítima defesa; em legítima defesa do último embuste que o Ministério Público pretendeu criar a propósito da PT".
Contactado pela Lusa, o advogado do antigo líder socialista confirma a veracidade e atualidade do vídeo e explica que, "como existe uma certa falta de vontade em ouvi-lo, ele faz-se ouvir".
Questionado sobre os próximos passos, João Araújo diz que "é de esperar que surjam mais coisas", mas não diz quais nem em que formato.
No vídeo, Sócrates aparece de camisa e gravata, com uma estante de livros atrás, uma parte de um monitor de computador ao lado e durante a sua intervenção aparecem várias infografias que acompanham a intervenção.
"No fundo, a ideia sugerida é a de que o meu governo teria tido uma atuação desonesta de favorecimento dos acionistas da empresa; acontece que isto é absolutamente falso, e desejo demonstrá-lo, não com base em especulações, mas com base em factos, documentos e números", diz o antigo primeiro-ministro no início do vídeo.
Dividido em cinco capítulos, sobre o fim do monopólio da PT, a OPA da sonae, o voto da CGD, o veto à venda da Vivo e a parceria com a Oi, o vídeo termina com José Sócrates a dizer que "os factos resistem, são eles que constroem a verdade material, e nenhuma justiça se pode alcançar com base na falsificação histórica".
Esta iniciativa de Sócrates surge poucos dias depois de ser anunciado que a decisão do Ministério Público sobre o inquérito ‘Operação Marquês’, cujo principal arguido é José Sócrates, deverá ser conhecida até 20 de novembro, após os procuradores terem recebido a última carta rogatória no dia 22 deste mês.
Numa resposta enviada à agência Lusa esta semana, a Procuradoria-Geral da República adianta que a última carta rogatória, solicitada às autoridades suíças, “foi junta aos autos no dia 22 de agosto”, data a partir da qual será contado o prazo máximo de três meses para a conclusão do inquérito.
Quanto à contagem do prazo para o despacho final do inquérito, a PGR remete para uma informação prestada em abril, onde é dito que “a procuradora-geral da República decidiu prorrogar por três meses, contados da data da devolução e junção ao inquérito da última carta rogatória a ser devolvida, o prazo para encerramento do inquérito”.
A notícia sobre a devolução da carta e do prazo para o final do inquérito foi avançada pela SIC Notícias.
O antigo primeiro-ministro José Sócrates está indiciado por fraude fiscal qualificada, corrupção e branqueamento de capitais.
LUSA