"Entendemos que as operações de saída segura de Mariupol e Volnovakha não vão começar hoje. Continuamos a dialogar com as partes sobre a passagem com toda a segurança de civis das várias cidades afetadas pelo conflito", refere o CICV em comunicado.
"As cenas a que se está a assistir hoje em Mariupol e noutras cidades são dilacerantes", acrescentou a organização com sede em Genebra, na Suíça.
A Rússia anunciou esta manhã um cessar-fogo a partir das 07:00 GMT (hora de Lisboa) para permitir a saída de civis de Mariupol e da cidade de Volnovakha, 60 quilómetros a norte.
Contudo, a evacuação dos habitantes de Mariupol, um porto estratégico ucraniano cercado pelas forças russas e seus aliados, foi adiada devido a várias violações russas do cessar-fogo, acusou a autarquia da cidade portuária.
A tomada de Mariupol, uma cidade de cerca de 450.000 habitantes localizada no Mar de Azov, seria um ponto de viragem na invasão russa da Ucrânia. Permitiria a junção entre as forças russas provenientes da Crimeia anexada, que já tomaram os principais portos de Berdiansk e Kherson, e as tropas separatistas e russas no Donbass.
“Independentemente de os corredores humanitários serem implementados ou não nos próximos dias, as partes devem continuar a proteger os civis e as infraestruturas civis, segundo o direito internacional humanitário, tanto para aqueles que optam por sair, como para os que permanecem”, destaca o CICV.
Segundo salienta, “os denominados corredores humanitários ou outras medidas destinadas a apoiar as pessoas afetadas pelo conflito devem ser bem planeadas e implementadas com o acordo das partes em conflito”.
Enquanto intermediário humanitário neutro e imparcial, o CICV diz estar pronto a contribuir para facilitar a passagem segura de civis "desde que as partes tenham chegado a um acordo e que os seus termos sejam estritamente humanitários".
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar à Ucrânia e as autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças. Segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 1,2 milhões de refugiados.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.