Segundo a agência oficial TASS, 23 moradores de Kherson receberam, durante uma cerimónia, um passaporte russo, um "procedimento simplificado" só possível graças a um decreto assinado no final de maio pelo Presidente russo, Vladimir Putin.
"Todos os nossos habitantes de Kherson querem obter o passaporte e a cidadania (russa) o mais rápido possível", assegurou na cerimónia Vladimir Saldo, chefe da administração pró-russa da região, citado pela TASS.
"É uma nova era que se abre para nós (…) É o documento mais importante que uma pessoa tem na vida", disse ainda, desta vez citado pela agência Ria Novosti.
De acordo com as autoridades pró-russas em Kherson, a data de emissão dos primeiros passaportes russos foi escolhida para coincidir com o feriado do Dia da Rússia – 12 de junho – data que celebra a independência do país.
A região de Kherson foi quase inteiramente conquistada pelo exército russo no início de sua ofensiva lançada em 24 de fevereiro.
O decreto assinado pelo Kremlin no final de maio, autorizando autoridades locais pró-Rússia a emitir passaportes para residentes, também abrangia a região de Zaporizhia parcialmente controlada pelas forças russas.
A Ucrânia denunciou o estabelecimento deste procedimento especial, considerando tratar-se de uma "violação flagrante" da sua integridade territorial.
“O decreto presidencial russo é juridicamente nulo e não terá consequências” sobre “a adesão dos habitantes dos territórios temporariamente ocupados pela Rússia à cidadania ucraniana”, ripostou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia.