“Os ataques terroristas devem ser travados, o uso desproporcionado da força deve ser travado, as necessidades mínimas da população devem ser asseguradas em Gaza”, disse o porta-voz do Kremlin (Presidência), Dmitri Peskov.
O Hamas lançou no sábado um ataque terrestre, marítimo e aéreo sem precedentes contra Israel a partir da Faixa de Gaza, na maior escalada do conflito israelo-palestiniano em décadas.
Além de ter matado centenas de pessoas em Israel, o Hamas raptou mais de uma centena de israelitas e estrangeiros que mantém como reféns na Faixa de Gaza.
O ataque levou Israel a declarar guerra contra o grupo extremista palestiniano e a responder com bombardeamentos contra a Faixa de Gaza.
O conflito provocou mais de 1.200 mortos do lado israelita e 1.055 em Gaza desde sábado, segundo dados atualizados hoje pelas duas partes.
“A situação é alarmante, potencialmente muito perigosa e com consequências humanitárias”, disse Peskov, citado pela agência russa Interfax.
O porta-voz do Kremlin referiu que a Faixa de Gaza, onde vivem 2,3 milhões de pessoas, está agora fechada, havendo falta de medicamentos e de camas de hospital.
Questionado sobre um possível papel da Rússia na mediação, Peskov sublinhou que “o principal agora é parar a guerra”, porque enquanto continuar “é muito difícil falar de iniciativas”.
“É quase impossível”, afirmou, segundo a agência espanhola Europa Press.
Peskov disse que Moscovo “mantém os contactos tanto com a parte israelita como com a administração palestiniana” e que o importante é um esforço que ajude a parar a guerra, “não importa de quem venha”.
O porta-voz do Presidente Vladimir Putin considerou também que a situação atual resulta de “muitos erros” cometidos ao longo de várias décadas, que devem ser analisados para “não os repetir no futuro”.
“Quando conseguirmos sair da fase de ‘guerra quente’, começará o período de procura de formas de resolução pacífica”, afirmou.
A Rússia “continua a analisar cuidadosamente a situação” e mantém a posição de que “tem o potencial de participar nos processos de resolução” do conflito, disse.
Peskov lamentou ainda que a complexidade da situação torne difícil dispor de informações sobre o paradeiro de cidadãos russos desaparecidos desde os ataques de sábado.
As autoridades israelitas incluíram um russo na lista de vítimas mortais nos ataques do Hamas, mas a embaixada da Rússia em Israel disse na terça-feira que terão morrido dois e que outros quatro estavam desaparecidos.
Lusa