O líder socialista, António Costa, recusa “imiscuir-se” na formação de Governo.
No segundo e último frente a frente entre os líderes do PSD e do PS, organizado pelas rádios Antena 1, Rádio Renascença e TSF, as eleições regionais de domingo – que o PSD venceu, mas pela primeira vez sem maioria absoluta – foram o primeiro tema do debate, com Rio a ser questionado se se tratou de uma “meia vitória ou meia derrota”.
“Eu acho que é uma vitória. Obviamente que até aqui foram todas com maioria absoluta, é uma vitória mais pequena que as outras”, afirmou o presidente do PSD, realçando que o feito de um partido vencer em 43 anos todas as eleições nacionais na Região Autónoma “é praticamente impossível de igualar”.
Por seu lado, o secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, reconheceu que, apesar de os socialistas terem tido “um resultado histórico” na região, a derrota na Madeira “é algo frustrante”.
“Ficámos a cinco mil votos, ficámos quase, quase lá”, afirmou.
Questionado se entende que, apesar de PSD e CDS na Madeira formarem maioria absoluta, ainda é possível na região algum tipo de coligação que envolva o PS, António Costa remeteu essa matéria para os partidos da região.
“Respeito inteiramente a autonomia do PS-Madeira, não me vê imiscuído na formação do Governo (…) A solução própria de Governo Regional será encontrada no âmbito da autonomia regional, presumo que no PSD se passe exatamente a mesma coisa”, defendeu.
O líder do PSD foi questionado no debate das rádios se se sente corresponsável pelo resultado e respondeu afirmativamente: “Dei alguma ajuda, particularmente na unidade do PSD-Madeira, que acho que foi fundamental”.
“O dr. Alberto João Jardim também colaborou, também ajudou. Se não tivesse acontecido, seria mais difícil”, afirmou, desvalorizando que o ex-presidente do Governo Regional da Madeira tenha, no final da noite eleitoral, considerado que a perda da maioria absoluta do PSD é o resultado dos dois primeiros anos "desastrosos" da governação de Miguel Albuquerque.
“Até ao dia das eleições colaborou, ajudou, é uma figura muito carismática”, afirmou Rio, considerando que é sempre “dificílimo” suceder a líderes fortes, como Alberto João Jardim.
Nas eleições disputadas no domingo na Madeira, o PSD venceu com 39,42% dos votos, mas perdeu, pela primeira vez, a maioria absoluta, elegendo 21 dos 47 deputados. Em 2015, os sociais-democratas tinham segurado a maioria apenas por um deputado, conquistando 24 mandatos e 44,36%.
O PS obteve 35,76% e elegeu 19 deputados, enquanto o CDS-PP, com 5,76% dos votos e três deputados, foi a terceira força política mais votada, seguido pelo JPP, com 5,47% e também três parlamentares. A CDU conquistou um lugar, com 1,80% dos votos.
PSD e CDS-PP elegeram assim 24 dos 47 parlamentares da Assembleia Legislativa da Madeira. PS, JPP e CDU juntos têm apenas 23 lugares.