“Estamos alarmados com o número extraordinariamente elevado de jornalistas e trabalhadores de meios que foram assassinados, atacados, feridos ou detidos no território palestiniano ocupado, particularmente em Gaza, nos últimos meses, num flagrante desrespeito pelo direito internacional” assinalaram relatores de direitos humanos das Nações Unidas, em comunicado.
Estes ataques, juntamente com as graves interrupções de Internet, são “impedimentos importantes para o direito à informação do povo de Gaza e do mundo exterior”, segundo os relatores, que instaram as autoridades israelitas a autorizar a entrada de jornalistas em Gaza numa maneira segura.
Também foi solicitada uma investigação imediata, independente e imparcial aos assassinatos de trabalhadores da comunicação, tendo sido ainda recordada a morte de três jornalistas no Líbano, na sequência de bombardeamentos do exército israelita na fronteira com este país, e de outros quatro israelitas nos ataques dos islamitas palestinianos do Hamas a 07 de outubro.
“Os jornalistas têm direito a ser protegidos como civis ao abrigo do direito internacional humanitário, pelo que os assassinatos e ataques seletivos contra si são crimes de guerra”, notaram.
Os relatores solicitaram ao Tribunal Internacional de Justiça e o Tribunal Penal Internacional que tenham atenção ao que, chamaram, de “perigoso padrão de ataques e impunidade para crimes contra jornalistas”.
O comunicado é subscrito por quatro relatores da ONU: a relatora especial para a Palestina, Francesca Albanese; para a liberdade de opinião e expressão, Irene Khan; para a situação dos defensores dos direitos humanos, Mary Lawlor; para as execuções extrajudiciais, sumárias ou arbitrárias, Morris Tidball-Binz e para os direitos e liberdades fundamentais na luta contra o terrorismo, Ben Saul.
O Hamas lançou um ataque sem precedentes a 07 de outubro do ano passado em território de Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e raptando mais de duas centenas.
Na sequência dos ataques, o Exército israelita lançou uma ofensiva de grande escala contra Gaza.
As autoridades do enclave palestiniano, controladas pelo grupo Hamas, registaram mais de 27.000 mortos, até ao momento.
Lusa