A escolha da data tem a ver com o dia em que Putin assinou os acordos de anexação das quatro regiões, 30 de setembro de 2022, pouco mais de sete meses depois de ter ordenado a invasão da Ucrânia.
A comemoração assinala a “expressão da vontade de milhões de pessoas” que decidiram em referendo que os quatro territórios deveriam fazer parte da Rússia, de acordo com o decreto citado pela agência espanhola Europa Press.
A Rússia já tinha anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.
Kiev e a generalidade da comunidade internacional exigem que Moscovo respeite a integridade territorial da Ucrânia com base nas fronteiras de 1991, quando a antiga república soviética se tornou independente.
A Rússia tem respondido a tais exigências afirmando que Kiev tem de se conformar com a nova realidade.
Putin reuniu-se hoje com os líderes de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia que foram nomeados após as eleições regionais de 10 de setembro, não reconhecidas pela Ucrânia nem pela comunidade internacional.
“Pela primeira vez, foram realizadas eleições ao abrigo da legislação russa nas novas regiões históricas de Donbass e Novorossiya”, disse Putin durante a reunião por videoconferência, citado pela agência espanhola EFE.
Donbass designa a região que engloba Donetsk e Lugansk, onde começou uma guerra separatista em 2014, com apoio de Moscovo.
Putin reconheceu as autoproclamadas repúblicas do Donbass horas antes da invasão da Ucrânia.
Novorossiya, ou Nova Rússia, é uma designação histórica de territórios conquistados pelo Império Russo no século XVIII, incluindo regiões da atual Ucrânia.
Putin disse que as eleições regionais de setembro confirmaram os dirigentes provisórios dos quatro territórios, que o exército russo ainda não controla totalmente.
“Este é, sem dúvida, um acontecimento significativo, um passo importante para a plena entrada das novas regiões no espaço único e legal do Estado do nosso grande país”, afirmou.
Putin disse estar convencido de que “as autoridades regionais e o povo sentem o apoio que lhes é oferecido por toda a Rússia”.
Afirmou também que, apesar de a oposição não ter podido participar, as eleições regionais foram “transparentes, honestas e competitivas”.
Os líderes das repúblicas populares de Donetsk, Denis Pushilin, e de Lugansk, Leonid Pasechnik, agradeceram calorosamente a Putin a confiança depositada e prometeram que não o iriam desiludir, segundo a EFE.
As assembleias legislativas dos quatro territórios elegeram no sábado os respetivos governadores para mandatos de cinco anos.
Trata-se de funcionários separatistas que foram impostos por Moscovo quando o exército russo ocupou os territórios nos primeiros meses da guerra contra a Ucrânia.
Lusa