"Basta olhar para o que está a acontecer agora entre a Rússia e a Ucrânia, o que está a acontecer nas fronteiras de alguns países da ex-União Soviética. Tudo isso, obviamente, é resultado do colapso da União Soviética", disse o líder russo, durante uma reunião com autoridades dos países membros da Comunidade de Estados Independentes (CEI), que reúne as ex-repúblicas soviéticas.
"Sabemos que o Ocidente está a criar cenários para provocar novos conflitos no espaço da CEI. Mas já temos (conflitos) suficientes", acrescentou Putin.
O Presidente russo também afirmou que uma "ordem mundial mais justa" está a ser formada para se contrapor a “uma hegemonia unipolar”, promovida pelo Ocidente, que disse estar “em colapso”.
"Ao agarrar-se ao passado e ao tentar levar a cabo uma política de ‘diktat’ [exigência absoluta imposta pelo mais forte] em todas as áreas – das relações internacionais à economia, passando pela cultura e desporto – este famoso coletivo ocidental está a criar novos problemas e novas crises”, explicou Putin.
Em 16 de setembro, durante uma cimeira regional asiática, o Presidente russo já tinha apresentado a sua estratégia como um contrapeso à ordem ocidental, saudando o "papel crescente dos novos centros de poder".
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,4 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.