"Adquirir gás russo barato e depois cortar o fornecimento desse gás e usar imediatamente tudo o que foi declarado anátema, incluindo carvão, não é a melhor solução para os problemas ecológicos globais", disse Putin, durante um fórum na região russa de Kamchatka.
O Presidente russo defendeu que, para reduzir a poluição, são necessárias ações oportunas que contemplem a adaptação da indústria.
"Acho que a importância deste problema (…) exige cooperação à escala internacional. É impossível de outra forma. É impossível resolver problemas globais com soluções locais, mesmo que na base desses esforços locais existam objetivos nobres”, disse Putin.
O líder usso explicou que alguns países cometeram erros do ponto de vista da ecologia, ao "tomar muitas decisões" com base em objetivos nobres, mas inatingíveis, que acabaram por levar a consequências adversas.
Putin referia-se ao facto de a Europa estar a procurar diminuir a sua dependência da energia russa, depois da invasão da Ucrânia, no âmbito de sanções económicas, ao mesmo tempo que acusa o Kremlin de estar a usar a energia como arma de guerra.
Nos últimos dias, os países europeus acusaram Moscovo de estarem a preparar o corte de energia, no próximo inverno, questionando as razões para a suspensão de fornecimento de gás à Europa através do gasoduto Nord Stream.
O consórcio russo de gás que gere o Nord Stream anunciou na sexta-feira que iria suspender o fluxo de gás para a Europa através da Alemanha devido a uma fuga de óleo detetada numa turbina da única estação de compressão ainda em funcionamento, o que a União Europeia já disse que é uma “falácia”.
Hoje, o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, voltou a rejeitar qualquer tentativa de culpa pela suspensão do fornecimento de gás.
“Temos assistido a constantes tentativas de nos responsabilizar pelo que está a acontecer. Rejeitamos categoricamente essas suspeições. (…) O problema com o fornecimento de gás surgiu devido às sanções impostas ao nosso país e a uma série de empresas russas, por parte dos países ocidentais, incluindo a Alemanha e o Reino Unido”, justificou Peskov.
O porta-voz do Kremlin disse que “apenas uma turbina do gasoduto permanece operacional e, mesmo assim, com falhas, o que justifica a interrupção de fornecimento”.