O Partido Trabalhista Português (PTP) exigiu hoje que o Ministério Público abra uma investigação à situação da Unidade de Medicina Nuclear do Hospital do Funchal, na Madeira.
A posição do PTP surge em comunicado de imprensa, na sequência de uma reportagem transmitida terça-feira pela TVI sobre aquela unidade hospitalar, segundo a qual o Hospital do Funchal encaminha pacientes para fazer exames de medicina nuclear numa clínica privada, enquanto a sua própria unidade de medicina nuclear, inaugurada em 2013, está "praticamente parada".
O PTP “solicita ao Ministério Público que abra de imediato uma investigação à Unidade de Medicina Nuclear”, defende esta força partidária regional.
No mesmo comunicado, o PTP vem “exigir à secretaria regional da Saúde [da Madeira] que suspenda imediatamente todos os contratos de serviços estabelecidos com empresa Quadrantes [clínica privada que efetua os exames] que podem ser realizados nos equipamentos de medicina nuclear do Hospital Dr. Nélio Mendonça”, no Funchal.
“Para o PTP, é inaceitável que se contrate serviços a privados quando o setor público está dotado dos equipamentos necessários para o efeito”, pode ler-se na posição divulgada pelo partido.
O PTP regional considera que “a atual direção do Serviço Regional de Saúde da Madeira (SESARAM) e o Secretário da Saúde devem" ir à Assembleia Legislativa da Madeira, "o mais rapidamente possível, para prestar esclarecimentos sobre a matéria”.
Também critica a “postura da secretaria da Saúde, que ao invés de esclarecer ou desmentir as denúncias realizadas com factos e provas junto da opinião pública sobre a reportagem da TVI, venha ameaçar os intervenientes na reportagem da TVI de processos judiciais”.
“O PTP quer também saber se o processo judicial se irá estender aos doentes oncológicos que deram o seu testemunho no programa”, complementa.
O partido considera que “este tipo de reações do Governo Regional é um regresso ao passado, às velhas práticas jardinistas, em que se tenta impor a cultura do medo sobre as pessoas, para calar as vozes incómodas”.
Várias forças políticas já vieram a público tomar posição sobre esta questão, tendo o PS da Madeira exigido a demissão do secretário da Saúde da Madeira, Pedro Ramos, e do conselho de administração do SESARAM.
O PSD da Madeira exigiu o “apuramento da verdade” e anunciou ter requerido a constituição de uma comissão de inquérito no parlamento regional.
Por seu turno, o secretário com a tutela, Pedro Ramos, em conferência de imprensa, informou que o Governo da Madeira vai atuar judicialmente contra a TVI.
LUSA