Ana Paula Vitorino esteve na Madeira este fim de semana no âmbito dos Estados Gerais do PS regional e marcou também presença na inauguração do Radar Meteorológico do Porto Santo.
O Governo Regional (PSD) considera que o Governo da República (PS) deve apoiar financeiramente a ligação de ferry, ao abrigo do princípio da continuidade territorial.
No verão passado a ligação foi financiada exclusivamente pelo executivo da Madeira, numa operação de quatro meses que custou ao erário público regional três milhões de euros.
Segundo o deputado social-democrata, os madeirenses esperavam que, nesta visita, a ministra anunciasse o apoio claro à pretensão da região.
"Pasme-se: veio anunciar que está a estudar a questão do ferry, balbuciando umas desculpas esotéricas acerca de uma putativa sustentabilidade que nós já percebemos que não passa de um álibi para nada fazer e tudo bloquear", declarou.
"Tratou-se inquestionavelmente de mais um insulto a toda população madeirense, insulto que, sem dúvida, é matriz desta ministra", acrescentou.
O parlamentar acrescentou que a governante "foi insultuosa na Assembleia da República” quando disse, numa audição parlamentar, que rejeitava o apoio do Estado à linha marítima porque a "continuidade territorial está assegurada pelo transporte aéreo", e agora tem “a desfaçatez de tentar parecer genuinamente preocupada com esta questão".
"O máximo que os serviçais socialistas locais conseguiram arrancar foi um anúncio de um estudo. Falhou a ministra, falhou o Governo socialista e, acima de tudo, falharam os serviçais socialistas locais", criticou.
Para o PSD, "o PS/Madeira promoveu o engano e a falsidade, a mentira e a falcatrua”.
O presidente do grupo parlamentar socialista, Vítor Freitas, rejeitou as críticas, dizendo ser tempo de o presidente e o vice-presidente do Governo Regional da Madeira se entenderem quanto ao Governo da República.
Citando um título do Jornal da Madeira – "Ministra do Mar e vice-presidente em sintonia" -, Vítor Freitas considerou haver "dois discursos" no executivo do líder do executivo do arquipélago, Miguel Albuquerque.
Também na sessão de hoje, o presidente do CDS-PP/Madeira, Rui Barreto, desafiou o Presidente da República a explicar a razão pela qual o Dia de Portugal não será comemorado este ano na Madeira, tal como foi solicitado pelo Governo Regional e pela Assembleia Legislativa, no âmbito das comemorações dos 600 anos da descoberta do arquipélago.
"Será que o Governo [Regional], a Comissão Executiva, a Assembleia Legislativa não conseguiram convencer o Presidente da República? Também li notícias de que a decisão foi condicionada pela opinião do primeiro-ministro e se a opinião do primeiro-ministro foi que as comemorações não fossem na Madeira, mas em Portalegre, parece que é grave, porque foi o primeiro-ministro que desviou as comemorações de Portugal da Madeira para o distrito de Portalegre", disse.
C/LUSA