“Viemos denunciar a conduta prepotente e desmedida da presidente da Câmara Municipal da Ponta do Sol, Célia Pessegueiro, relativamente à distribuição de verbas para o ano 2019 para as associações e instituições do concelho”, afirmou o deputado Gualberto Fernandes numa iniciativa partidária naquele concelho na zona oeste da Madeira.
De acordo com o parlamentar da maioria social-democrata madeirense, naquela localidade “todas as instituições dirigidas por pessoas próximas do PSD levaram um corte nas verbas de uma forma exagerada”.
Gualberto Fernandes deu como exemplo o caso da Casa do Povo da Ponta do Sol que, em 2018, recebeu do município recebeu “51.878 euros e este ano recebe menos 13.378 euros”.
“Dos 38 mil que vai receber tem de tirar 10 mil para comprar uma carrinha”, apontou, complementando que a instituição fica com 28.500 euros para a atividade a desenvolver todo o ano, quando em 2018, geriu 51.878.
O deputado do PSD salientou que esta Casa do Povo é a organizadora de eventos como a Mostra da Banana e a Festa da Anona, entre outros, além de ter a responsabilidade por 300 alunos que estão a aprender música.
“Igualmente mau é o que se passa com a banda de música, que no ano passado recebeu 15.500 euros e este ano vai receber 11.500, menos 4.000”, disse, realçando que esta é uma “instituição centenária que tem representado a região pelo mundo inteiro” e está em causa as atividades que pretendia desenvolver em 2019.
No entender dos deputados do PSD da Madeira, “a presidente da Câmara da Ponta do Sol está a fazer aos ponta-solenses aquilo que António Costa [primeiro-ministro] está a fazer à Madeira”.
“Isto é inconcebível”, concluiu Gualter Fernandes.
Em reação às críticas do PSD, a presidente da autarquia, a única governada por uma mulher na Madeira, a socialista Célia Pessegueiro, considerou lamentável que o “PSD use este tipo de iniciativas para denegrir a imagem do concelho”.
A autarca argumentou que o PSD da Madeira “nunca visitou a Ponta do Sol para denunciar a situação de uma Estação de Tratamento de Águas Residuais que não funcionava”, entre outros pontos, e “venha por oportunismo” suscitar questões que “as associações entendem”.
“A população entende que quando temos menos, distribuímos menos”, disse à Lusa Célia Pessegueiro, assegurando que foi feita uma gestão mais criteriosa das verbas “sem pôr em causa o nome do concelho”.
A responsável pela câmara referiu que “houve realmente redução em alguns casos para aumentar noutros casos”, como é a situação dos bombeiros que vão receber 14.500 euros, por ser uma necessidade imperiosa para a segurança da população.
Célia Pessegueiro recordou que apareceram cinco novas instituições e que se verificou um aumento de 380 mil euros para cerca de 465 mil no orçamento municipal de 2017.
A presidente do município vincou que um dos objetivos é “baixar as despesas” e as associações recebem “apoio direto e em espécie, além de ajuda para iniciativas pontuais”, o que é possível porque a autarquia tem tentado reservar um pequeno fundo para o efeito.
“Em momento algum pomos em causa o desempenho das associações”, assegurou, criticando o “alarido” feito pelo PSD quando as associações “se mostraram dispostas a ajustar-se.
Célia Pessegueiro concluiu que a responsabilidade de apoiar as associações não é só da autarquia, sugerindo que o Governo Regional cumpra parte desse compromisso.
LUSA