“Em 06 de outubro, um voo de repatriamento da TAP transportou 295 portugueses da Venezuela, 190 para a Madeira”, referiu o deputado Carlos Fernandes, numa intervenção no plenário, censurando o “aproveitamento que a TAP fez nesta viagem ao cobrar 855 euros a cada passageiro”.
A este valor, referiu, acresceram os custos da ligação entre Lisboa e a Madeira, entre os 300 e os 500 euros.
“Isto é uma falta de respeito para com os concidadãos espalhados pelo mundo”, disse o deputado luso-venezuelano, criticando o “silêncio” do PS/Madeira sobre esta situação e prometendo que o PSD “vai sempre incomodar e não vai deixar passar em branco estes atropelos”.
Carlos Fernandes mencionou ainda que tudo isto acontece numa altura em que a TAP está em via de receber cerca de 1.200 milhões de euros do Estado.
No dia 06 decorreu o terceiro voo organizado por Portugal após o encerramento do espaço aéreo venezuelano, em 15 de março, devido à pandemia de Covid-19, sendo o primeiro operado pela TAP desde fevereiro.
Em 17 de fevereiro, o Governo venezuelano anunciou a suspensão por 90 dias das operações no país da companhia aérea portuguesa, "por razões de segurança", após acusações de transporte de explosivos e por ter ocultado a identidade do líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, num voo entre Lisboa e Caracas.
Entretanto, em março, o executivo de Nicolás Maduro encerrou o espaço aéreo da Venezuela como medida de contenção da Covid-19.
Cerca de 10 mil emigrantes madeirenses e descendentes terão regressado ao arquipélago nos últimos quatro anos, motivados pela crise económica e social que assola a Venezuela.
Oficialmente, 7.500 estão inscritos no Serviço de Saúde da Madeira (Sesaram) e 1.500 jovens frequentam as escolas da região.
No início do plenário, o Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira declarou que hoje faz um ano em que o atual parlamento e o Governo Regional foram empossados.
O centrista José Manuel Rodrigues recordou que nesse dia foram “estabelecidos dois desígnios: a dignificação do parlamento e prestígio do principal órgão de governo próprio da Madeira, e aproximar os eleitos dos eleitores”.
O responsável considerou que, “apesar da pandemia e dos condicionalismos, isso foi conseguido, porque este foi um dos anos mais produtivos de sempre”.
De acordo com os mais recentes dados revelados na quarta-feira pelo Instituto de Administração de Saúde (IASaúde) a Madeira regista 104 casos ativos de Covid-19, contabilizando um total de 295 situações confirmadas.