Os conselheiros sociais-democratas madeirenses estiveram hoje reunidos no Funchal e abordaram a visita à Madeira de António Costa, que, na qualidade de secretário-geral do PS, apenas participou, a 25 de junho, nas jornadas parlamentares do partido que se realizaram na região, não tendo mantido qualquer reunião com o Governo Regional.
No texto com as conclusões do encontro, o último deste órgão antes das eleições legislativas regionais agendadas para 24 de setembro, os sociais-democratas apontam que António Costa não "proferiu uma palavra sobre os diferentes dossiês que se encontram pendentes e que são da sua exclusiva responsabilidade".
"Lamentamos que, dentro da recorrente injustiça e da grave discriminação com que somos (Madeira) tratados, o Governo socialista da República, à luz da sua visão centralista, tenha decidido acabar com os vistos ‘gold’ e tenha, igualmente, aprovado a contribuição extraordinária sobre o Alojamento Local, decisões essas que a região irá contestar nos locais próprios", declaram os membros deste órgão do PSD do arquipélago.
A cerca de dois meses do final do mandato do Governo Regional (PSD/CDS), o Conselho Regional salienta o trabalho desenvolvido pelo executivo insular que, apesar de ter enfrentado uma crise de saúde pública e outra económica e social, apresenta uma "região com mais investimento, mais emprego, mais saúde e educação, mais proteção social, mais rendimento disponível para as famílias e menos impostos".
No documento, os conselheiros fazem um balanço positivo ao desempenho do Governo Regional que, sublinham, "cumpriu, com seriedade e em todas as áreas, os compromissos assumidos com a população e as que competiam ao Estado Português, para salvaguardar os interesses dos madeirenses, num clima de estabilidade que se reconhece e importa manter para o futuro".
Por isso, declaram "renovar e reforçar" a confiança no atual líder do partido e do executivo, Miguel Albuquerque, que encabeça a candidatura, em coligação com o CDS-PP, às eleições de 24 de setembro, à presidência do Executivo Regional.
"Encarando-o, na base do projeto em coligação que lidera, como o único capaz de lutar, de forma acérrima, em nome da Autonomia e dos direitos e interesses dos madeirenses, dentro e fora da região, contra todos os que continuam a defender o centralismo, a demagogia e a regressão de todas as conquistas alcançadas", sustentam.
O conselho regional do PSD/Madeira também enalteceu as celebrações do Dia da Região desenvolvidas junto da diáspora, "evidenciando, em simultâneo, a valorização do Governo Regional junto das suas comunidades, por oposição a um Governo da República que, também aqui, continua a falhar em toda a linha, negligenciando as respostas que lhe compete assegurar nos países de acolhimento, os apoios a quem regressa e as fundamentais ligações aéreas que continuam por garantir".
Os conselheiros apelaram ainda à mobilização e empenho dos militantes para a festa anual do partido, a Herdade do Chão da Lagoa, a 23 de julho, que conta com a presença do líder nacional, Luis Montenegro, e para a ‘rentrée’ política, a 12 de agosto, na ilha do Porto Santo, focados em garantir mais uma vitória eleitoral nas Regionais de 24 de setembro.
Numa intervenção durante a reunião do Conselho Regional, Miguel Albuquerque realçou a necessidade de o partido se manter "coeso e mobilizado para a vitória, com maioria absoluta", opinando que "não há nenhuma eleição ganha antes da contagem dos votos".
O líder social-democrata insular realçou que só um resultado eleitoral vitorioso garantirá que a Região mantenha "a trajetória de desenvolvimento e progresso a que tem assistido nos últimos anos, num clima de estabilidade que contrasta com aquele que se vive a nível nacional".
"Nada mudou na identidade do nosso Partido. Somos reivindicativos e determinados na forma como desenvolvemos as nossas políticas, cumprimos a nossa palavra e é por isso que somos merecedores da confiança da nossa população, num caminho que queremos prosseguir", disse.