“Não podemos ignorar que temos um desafio eleitoral na Região Autónoma da Madeira, à qual o PS não foge. Neste momento e neste congresso, queremos afirmar que pela primeira vez é possível ganhar as eleições na Madeira”, disse a dirigente socialista no Funchal, onde esteve a apresentar a moção de estratégia do líder do partido, António Costa.
Ana Catarina Mendes sublinhou que “o PS tudo fará, empenhar-se-á para ter uma grande vitória nas próximas regionais na Madeira”, que se realizam em 2019.
O partido, sublinhou, “sempre defendeu a autonomia regional” e “continuará a defender o reforço” do projeto autonómico regional, “porque só isso é que faz sentido para que cada uma das regiões se possa afirmar”.
Segundo a responsável, o PS tem “um projeto que é comum a todo o país” e “tem uma agenda que responde aos desafios que são das regiões e do continente”.
“Olhamos para o país como um todo e porque queremos verdadeiramente que as regiões consideradas ao nível da Europa ultraperiféricas tenham também uma voz ativa na construção da Europa e do nosso país”, argumentou.
Sobre o novo hospital do Funchal – uma obra há muita reivindicada pela região e para a qual não têm sido indicadas verbas no Orçamento do Estado, a secretária-geral adjunta afirmou que “o PS está absolutamente comprometido” com o projeto.
Além disso, entre os dossiês da região, está a “olhar para quais são as melhores soluções” para o subsídio de mobilidade no transporte aéreo.
Acerca da moção nacional, intitulada “Geração 20/30”, que António Costa leva ao congresso nacional marcado para a Batalha, entre os dias 25 e 27 de maio, Ana Catarina Mendes apontou que representa um “olhar para o futuro, o que significa olhar para as próximas gerações”.
“Nós não podemos pensar hoje a política com os desafios com que estamos confrontados apenas e só para o imediato. É preciso pensar a construção de um projeto a longo prazo”, sustentou.
Ana Catarina Mendes destacou que este projeto tem “quatro desafios absolutamente essenciais”, enunciando as alterações climáticas, “a sociedade digital que está aí à porta”, o problema demográfico, com o decréscimo de nascimentos, e o combate às desigualdades.
Quanto às alterações climáticas, observou, a abordagem não passa apenas pelo “aproveitamento das energias renováveis”, mas também por “uma nova filosofia de vida, uma nova forma de estar na vida”, pensando “como é que Portugal, no contexto mundial, se pode adaptar”.
Por outro lado, a dirigente referiu que não se conhecem exatamente as implicações da sociedade digital na criação de emprego no país, mas sublinhou que a conceção de uma nova sociedade robotizada “implica uma mudança” nas relações sindicais, laborais e patronais.
No entender do PS, é também preciso “falar no repovoamento”, na coesão do território, numa melhor gestão dos fluxos migratórios, na conciliação de direitos e no aumento de salários.
Por seu turno, o presidente do PS/Madeira considerou que o encontro de apresentação da moção, hoje, “demonstra a preocupação e a importância que a região tem no contexto nacional para o partido”.
Emanuel Câmara salientou que o partido está a perspetivar, “no próximo mandato de António Costa”, que que 2019 seja um “ano de afirmação do PS na Madeira, concretizando a alternância do poder”.
Desde as primeiras eleições livres, a Madeira é liderada pelo PSD.
C/ LUSA