O grupo parlamentar do PS na Assembleia Legislativa da Madeira anunciou hoje ter requerido um debate potestativo sobre o estado do Serviço Regional de Saúde no arquipélago com a presença do Governo madeirense.
“A Madeira viveu um período dramático na área da saúde devido ao Plano de Ajustamento Económico e Financeiro”, disse o líder da bancada socialista insular.
Victor Freitas argumentou que, com o final previsto deste plano de resgate, era previsível que esta situação fosse “ultrapassada” e a “saúde seria uma prioridade na Madeira”.
“Infelizmente, da parte do Governo, não foi isso que aconteceu”, adiantou o responsável do PS regional, sustentando que “nestes quatro anos de mandato, este Governo PSD não deu prioridade à Saúde como se exigia e como os próprios se comprometeram”.
Para Victor Freitas, “havia esta expectativa de que existisse uma mudança no Sistema Regional de Saúde, com um maior investimento, que existisse a atração de quadros e recursos humanos para melhorar a Saúde dos madeirenses”, apontou.
Contudo, no seu entender, “nestes quatro anos” o Governo Regional teve três secretários diferentes com esta tutela e “uma instabilidade constante nos diversos setores da Saúde na Região”.
“Cada secretário que surgia vinha com uma estratégia e com prioridades próprias”, mencionou, enfatizando que “não cumpriram o programa de Governo, antes pelo contrário, divergiram”, afirmou Victor Freitas.
O responsável da bancada socialista madeirense exemplificou com o incumprimento de promessas do executivo da região, apontando “a criação do tempo máximo de resposta garantida para consultas, meios complementares de diagnóstico ou tratamento cirúrgico (neste caso seis a nove meses para patologias menos exigentes e 45 a 60 dias para casos oncológicos)”.
Também a “criação do cheque cirurgia, para quando o Sistema Regional de Saúde não tiver capacidade de dar resposta o doente recorrer ao privado sem custos para o utente, ou ainda a criação de uma plataforma ‘online’, na qual o doente teria acesso à sua posição na lista de inscritos, quer para cirurgias, meios complementares de diagnóstico e consultas hospitalares”.
As altas problemáticas é outro problema que o Governo Regional continua sem resolver, referindo “as camas hospitalares que neste momento estão ocupadas para estes casos custam à região 46 milhões de euros”.
“Se estas pessoas fossem transferidas para um lar, tal custaria 14 milhões de euros, o que permitiria uma poupança de cerca de 30 milhões de euros”, observou.
Victor Freitas realçou que “foi necessário esperar quatro anos para que a Vice-Presidência chamasse a si esta questão”, o que evidencia existir “um diferendo entre a área da Saúde e a área da Segurança Social”.
“A oito meses das eleições, não acreditamos que, em relação a esta matéria, o Governo resolva o problema”, vincou salientando que, em 2015, quando o atual executivo tomou posse, estavam 16 mil pessoas em lista de espera para cirurgia e que hoje o número ascende a 20 mil atos cirúrgicos em espera.
Por isso, o grupo parlamentar do PS considera que se justifica “este debate com o objetivo de confrontar o presidente do Governo e o secretário regional da Saúde" em relação a estas questões.
“No nosso entender, o Governo Regional falhou em toda a linha. Chegam ao fim do mandato e, ao contrário daquilo que têm vindo a propalar que cumpriram, infelizmente na área da Saúde não cumpriram”, sublinhou.
C/ LUSA