Em declarações à agência Lusa, Emanuel Câmara afirmou que os arquipélagos têm “muitos valores em que podiam confluir”, apontando como fundamental a área da autonomia, que “também terá que ser aprofundada”, mas também o turismo sustentável, a gestão do mar ou o combate à desertificação das regiões.
“Penso que estamos no bom caminho e, com certeza, tudo se conjuga e, num futuro muito próximo, teremos a Madeira e os Açores com medidas concertadas para o desenvolvimento da nossa população e sempre pensando nas pessoas, que é o mais importante”, considerou.
O dirigente salientou que “a dimensão de Portugal no contexto europeu deve-se, em muito, às suas regiões ultraperiféricas, nomeadamente os arquipélagos da Madeira e dos Açores”, razão pela qual considera que “não faz sentido nenhum” que o mar seja “um pouco esquecido nas dinâmicas do país e das próprias regiões”.
O líder da estrutura madeirense falava após a visita ao Nonagon – Parque de Ciência e Tecnologia dos Açores, no terceiro e último dia de visita da comitiva socialista ao arquipélago dos Açores, que passou, também, pelas ilhas do Faial, Pico e Terceira.
Também o candidato às eleições legislativas regionais da Madeira, Paulo Cafôfo, salientou a importância da cooperação entre os arquipélagos portugueses, afirmando que “é necessário que haja, em primeiro lugar, vontade política, mas que essa vontade política seja consubstanciada em atos concretos”.
Para o atual presidente da Câmara do Funchal, o modelo de desenvolvimento dos Açores é “interessante”, já que o que encontrou nos Açores “é, não só, uma afirmação da autonomia como uma afirmação do desenvolvimento, porque a autonomia, para se afirmar politicamente, precisa de ter uma sustentabilidade, que é precisamente o desenvolvimento económico e o bem-estar económico das populações”.
Paulo Cafôfo contrapôs o modelo açoriano ao madeirense, onde o “que foi feito nos primeiros anos de autonomia foi um desenvolvimento com base no investimento público para infraestruturas”.
Isso foi importante, “mas chega um ponto em que a política do betão se esgota”, considerou.
A visita termina hoje com um encontro com o líder parlamentar do PS/Açores, André Bradford, e com o presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro.
Durante três dias, a comitiva socialista passou pelas ilhas do Faial, Pico, Terceira e São Miguel, onde visitou várias entidades ligadas às áreas da saúde, do mar, inovação e empreendedorismo e turismo, tendo, ainda, reunido com um dos responsáveis pelo grupo de discussão da reforma da autonomia dos Açores.
A visita ao arquipélago dos Açores, liderado pelo PS há 23 anos, acontece em ano de eleições legislativas regionais na Madeira, onde o PSD governa há 43 anos.
LUSA