“Estamos a comemorar os 600 anos [dos Descobrimentos das ilhas da Madeira e Porto Santo] e queremos protagonizar uma mudança histórica”, disse o candidato, que falava na II convenção dos Estados Gerais do PS da Madeira, integrada no projeto “Pela Madeira Sim ao Futuro”, que vai versar nesta segunda edição o tema ‘Economia Azul”.
Paulo Cafôfo sustentou que “o tempo dos heróis e dos messias já passou”, defendendo ser necessário “uma nova forma de governação, um governo não ao serviço de pessoas e clientelas”.
O candidato socialista às eleições legislativas regionais, que se realizam a 22 de setembro, argumentou que o atual modelo governativo protagonizado pelo PSD que dura há quase 40 anos está “esgotado”, bem como a sua “fórmula de clientelismo intolerável”.
Por isso, sublinhou “ser tempo de mudar e virar a página”, sustentando que a autonomia pode ser reforçada com o desenvolvimento económico, tendo como base “o mar, o recurso natural mais abundante” da região.
No seu entender, a economia do arquipélago precisa de apostar na diversificação, complementando: “Não podemos olhar só para o turismo e para o Centro Internacional de Negócios da Madeira. Temos de olhar para o mar e temos de aproveitar e potenciar para o futuro, como fonte de riqueza”.
Paulo Cafôfo considera que “o mar da Madeira está desaproveitado”, sendo necessária “uma estratégia concertada que consiga alavancar um verdadeiro ‘cluster’ para a indústria marítima”, uma área que poderá ser geradora de riqueza e de emprego.
Dirigindo-se à ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, que participou no encontro, o candidato insistiu na importância de a Madeira ter uma ligação marítima, via ferry, ao continente “permanente” e não apenas durante três meses, no verão.
Enunciou como desafios nesta área que o ferry deve ter “outra capacidade e atratividade, equacionar outros portos, como Lisboa”, além da extensão do subsídio de mobilidade por via marítima.
Sobre a realização dos Estados Gerais do PS, reforçou que visa “definir o programa para a Madeira na próxima década”.
Por seu turno, o presidente do PS da Madeira, Emanuel Câmara, declarou que o partido tem de estar “preparado para que as pessoas não se arrependam de ter tomado a decisão de promover a alternância política na Madeira”.
O também presidente da Câmara Municipal do Porto Moniz, no norte da ilha da Madeira, mencionou que este projeto começou a ser delineado há dois anos e é com “trabalho autárquico realizado que uma alternativa é credível”.
Emanuel Câmara complementou que este trabalho realizado colocou a “fasquia política bem alta” e mostrou “ser já em 2019” possível “derrotar” o poder [PSD que governa a Madeira há 40 anos], que está caduco e concretizar alternância” na região.
LUSA