“Piada sem graça é a incapacidade do Governo Regional em cumprir as suas promessas”, diz o grupo parlamentar socialista madeirense num comunicado distribuído na região.
Hoje, num ato público, o chefe do executivo madeirense considerou que a afirmação de que o Portugal “virou a página da austeridade” é um “engano, uma ficção ou uma piada”, apontando que a Madeira é a região do país “onde se pode dizer que virou a página da austeridade”.
Os deputados socialistas argumentam que o Governo Regional “tem apanhado boleia das medidas nacionais de reposição de rendimentos para os pensionistas, funcionários públicos e do setor privado, como a reposição dos subsídios de Natal e de férias, nas datas previstas, o descongelamento gradual das carreiras e, também, por via fiscal, com a eliminação da sobretaxa de IRS, IVA da restauração, entre outros”.
No documento assinado pelo líder parlamentar da bancada do PS na Assembleia Legislativa da Madeira, Victor Freitas, os socialistas contrapõem que “Portugal cresceu 2,7% em 2017 face ao PIB, enquanto a Madeira ficou-se pelos 2%”.
“A Madeira foi a zona que, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2017, teve a taxa de desemprego mais elevada do país, com 10,4%”, mencionam
Também escrevem que, a nível fiscal, a região perdeu “o diferencial por força do Plano de Ajustamento Económico e Financeiro (PAEF)”.
Mas, acrescentam, apesar de a Madeira ter saído deste programa em 2016, ainda “está longe de voltar a ter 30% de impostos mais baixos do que no território continental”.
O PS regional sustenta que o Governo Regional do PSD “mantém a lógica” de que a região “está bem” e, “ao mesmo tempo, vai pedindo aos madeirenses um alto esforço contributivo em sede fiscal”.
“Piada sem graça é o facto de o Governo Regional continuar a responsabilizar o Governo da República pela sua [do executivo madeirense] incapacidade em cumprir com as promessas feitas aos madeirenses e porto-santenses”, lê-se no documento.
Os deputados socialistas insulares apontam ainda que existem “vários exemplos daquilo que é a retórica demagógica do Governo Regional em diversas matérias, o que, sim, constitui uma piada”, dando como exemplo “mais flagrante” o processo do subsídio de mobilidade, em relação ao qual o presidente e o vice-presidente do executivo madeirense “não se entendem”.
“Esta estratégia do executivo madeirense em lançar notícias e recuar sistematicamente demonstra a sua incapacidade governativa”, escrevem ainda os socialistas do arquipélago.
Outro ponto censurado é a afirmação de Miguel Albuquerque de que sem os profissionais da Madeira, “o sistema de saúde britânico entrava em colapso”, considerando o PS que isto acontece no arquipélago com “a recorrente falta de medicamentos e materiais hospitalares, a carência de profissionais, a crescente lista de espera para cirurgias e a falta de solução para as altas problemáticas”.
O constante adiamento da ligação ferry entre a Madeira e o continente é outro exemplo indicado.
O PS/Madeira opina que “o cúmulo da desorientação do Governo Regional e do PSD-Madeira é o facto de equacionarem a possibilidade de eleições antecipadas”.
“O medo do PS e de Paulo Cafôfo [presidente da Câmara do Funchal e apontado como candidato a chefe do Governo Regional] é, nada mais, nada menos, do que a incapacidade em cumprir as promessas eleitorais e o reconhecimento perante os madeirenses do seu monumental falhanço na ação governativa”.
LUSA