"Conseguimos, pela primeira vez, tirar a maioria absoluta ao PSD, mas sei que, lá em casa, todos os madeirenses e porto-santenses se sentem um pouco defraudados, porque queriam a mudança na Região Autónoma da Madeira", afirmou o líder socialista.
Emanuel Câmara falava durante o jantar de Natal do partido, que reuniu cerca de 700 militantes e simpatizantes numa unidade hoteleira no Funchal.
"A direita resolveu fazer uma coligação que, apesar de ser politicamente correta, é contranatura perante os 43 anos de poder tentacular do PSD", disse, enaltecendo, por outro lado, a eleição dos 19 deputados do PS, o melhor resultado de sempre do partido no arquipélago da Madeira.
Nas regionais de 22 de setembro, os sociais-democratas perderam a maioria absoluta com que sempre governaram a região, elegendo 21 deputados, num total de 47 que compõem o parlamento madeirense, o que motivou um convite ao CDS-PP, que elegeu três deputados, para formar governo em coligação.
Emanuel Câmara sublinhou que "não foi por falta de trabalho" do Partido Socialista que a Madeira continua a ser governada pela direita, mas apenas devido a esta "coligação contranatura".
O líder socialista destacou que os resultados do partido este ano na região, com a eleição de 19 deputados ao parlamento regional (antes tinha cinco) e três à Assembleia da República (antes eram dois), bem como a manutenção de um lugar no Parlamento Europeu, demonstram uma "vitalidade" que começou a partir de 2017, com a sua liderança.
Emanuel Câmara não adiantou se vai recandidatar-se a um novo mandato à frente do PS/Madeira, isto numa altura em que Paulo Cafôfo, ex-presidente da Câmara Municipal do Funchal e cabeça de lista do partido nas últimas eleições regionais, apresenta-se já como potencial candidato.
O líder socialista, que é também presidente da Câmara Municipal do Porto Moniz, norte da Madeira, desde 2013, manifestou-se mais seguro no campo autárquico, afirmando que está disponível para se recandidatar a um terceiro mandato.
C/Lusa