O vice-presidente da bancada socialista Carlos Pereira acusou ontem o PSD e o CDS-PP de "meterem a cabeça na areia" perante as propostas orçamentais do Governo e de procurarem um "cisne negro" para justificar o seu discurso.
Estas críticas foram feitas pelo deputado do PS/Madeira na parte final do primeiro de dois dias de debate da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2019.
"Já vamos com dois novos líderes na direita portuguesa, mas pouco ou nada mudou e nada de novo foi levado para o debate político. Os factos e a realidade desmentem as acusações sistemáticas, mas PSD e CDS-PP persistem em meter a cabeça na areia e em procurar o cisne negro que lhes dê uma razão impactante para o seu velho e cansado discurso", declarou Carlos Pereira.
Na sua intervenção, o vice-presidente da bancada socialista elogiou, sobretudo, a política económica seguida pelo Governo, designadamente em matérias como a capitalização das empresas, a sua internacionalização ou a estratégia para "espalhar" centros tecnológicos pelo país.
"O último Orçamento da legislatura não é um fim em si mesmo, mas um caminho que deve ser prosseguido para evitar perder os ganhos e as conquistas que os portugueses obtiveram nestes últimos três anos. Voltar ao passado é voltar ao tempo do medo, da falta de esperança e do obscurantismo", considerou.
Na resposta, a vice-presidente da bancada do PSD Rubina Berardo fez uma alusão ao recente chumbo pelo parlamento, embora não de forma vinculativa, do nome do socialista Carlos Pereira para vogal da ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos).
"Na intervenção que fez ficou bem patente a sua capacidade de independência e de imparcialidade", comentou, usando a ironia.
Rubina Berardo, também madeirense, questionou Carlos Pereira se estava disponível para apoiar o executivo” da Madeira face "à palavra não honrada do Governo" sobre a taxa de juro a aplicar à Região Autónoma.
O "vice" da bancada socialista contrapôs que o anterior executivo PSD/CDS-PP, liderado por Passos Coelho, entre 2011 e 2015, não cumpriu nenhuma das principais promessas que fez em relação à Região Autónoma da Madeira.
LUSA