Segundo um novo projeto divulgado hoje em Baku, no Azerbaijão, onde a COP decorre há quase duas semanas sem que tenha havido qualquer acordo, os países mais ricos devem contribuir com 250 mil milhões para que os países em desenvolvimento enfrentem as consequências do aquecimento global provocado pelas emissões de gases com efeito de estufa (GEE).
Esta é a primeira vez que um valor é proposto formalmente em Baku, após duas semanas de negociações.
Mas faltam apenas algumas horas para o fim oficial da conferência anual das Nações Unidas sobre alterações climáticas, que se realiza na capital do Azerbaijão.
Até agora havia o compromisso dos países desenvolvidos de disponibilizarem 100 mil milhões de dólares por ano durante o período 2020-2025.
O novo texto publicado hoje estabelece separadamente um objetivo ambicioso de angariar um total de 1.300 biliões de dólares por ano até 2035 para os países em desenvolvimento.
Este total inclui a parte dos países desenvolvidos e outras fontes de financiamento (fundos privados ou novos impostos, por exemplo).
O dinheiro do financiamento climático é utilizado pelos países pobres para investir em energia com baixo teor de carbono e para adaptar as suas economias a um clima mais destrutivo, por exemplo, investindo na irrigação ou adaptando as cidades a inundações mais frequentes.
Os países em desenvolvimento pediram valores superiores aos 250 mil milhões de dólares por ano, com o grupo de países chamado de 134 e China a pedir “pelo menos 500 mil milhões de dólares por ano”.
A União Europeia, o maior contribuinte mundial para o financiamento do clima, não revelou publicamente o montante com que está disposta a comprometer-se. Em contrapartida, exige progressos noutros domínios, nomeadamente mais medidas para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, o que encontra resistência por parte do grupo árabe, que se opõe a qualquer orientação para os combustíveis fósseis.
Um alto funcionário dos EUA na COP29 já disse que os 250 mil milhões anuais exigem um “esforço extraordinário” por parte dos países desenvolvidos.
Mas para o grupo dos países africanos o financiamento de 250 mil milhões é “totalmente inaceitável” e inadequado para a implementação do Acordo de Paris.
Também os grupos ambientalistas consideraram o valor como “inadequado e distante da realidade dos impactos climáticos”, por estar “muito aquém” das necessidades dos países do sul global.
Lusa