"As celebrações são abrangentes e muito diversificadas e são muito mais do que um foguetório para nada ficar", referiu Miguel Albuquerque, na Assembleia Legislativa da Madeira, durante o debate mensal subordinado ao tema "Cultura".
Miguel Albuquerque anunciou que no dia 23 de março o Governo Regional irá apresentar "o programa dos 600 anos para este ano e o número de eventos diversificados que irão acontecer".
O governante lembrou que, em 2018, data em que as comemorações tiveram início, foram realizados 36 eventos alusivos na ilha do Porto Santo e o Governo Regional dará "continuidade às comemorações dos 600 anos tendo como palco, agora, a ilha da Madeira (?) abrangentes e adequadas".
Segundo Miguel Albuquerque, as celebrações vão envolver "associações e agentes locais", realizam-se de forma descentralizada e incluem manifestações nas "áreas do teatro, música, dança, artes plásticas, produção literária, história e recuperação do património".
Miguel Albuquerque anunciou também a abertura, este ano, de dois novos espaços museológicos, nomeadamente o Museu de Fotografia e o Núcleo Histórico de Santo Amaro, e da Quinta Magnólia, em maio, como galeria de arte e de exposições itinerantes nacionais e internacionais, ficando uma outra área para promoção das artes junto das escolas.
Os deputados Rui Barreto, José Manuel Rodrigues e Mário Pereira (CDS-PP), Roberto Almada (BE) e Carlos Costa (JPP) consideraram, porém, que as comemorações dos 600 anos da descoberta do Porto Santo e da Madeira têm sido "uma oportunidade perdida" para projetar o arquipélago e a sua identidade no espaço nacional, internacional e na diáspora.
O centrista José Manuel Rodrigues desafiou mesmo o Governo a candidatar a Património Mundial da UNESCO as levadas e os núcleos históricos da cidade do Funchal.
Os deputados Vítor Freitas (PS) e Roberto Almada (BE) lamentaram a falta de verbas para a cultura que, segundo acentuaram, não chegam a 1% do Orçamento Regional.
Élvio Sousa, parlamentar do JPP, criticou o facto de região não possuir uma Lei de Bases do Património Cultural "própria", ficando "à mercê da legislação da República, desatualizada e desadequada da realidade regional".
O deputado não inscrito (ex-PND), Gil Canha, lamentou que a Direção Regional do Turismo, ao contrário da Direção Regional da Cultura, tenha dado parecer favorável à instalação de uma ETAR no Lazareto, sítio onde desembarcaram, pela primeira vez, os descobridores portugueses.
Josefina Carreira, do PSD, considerou que a cultura na região "está cada vez mais pujante e só não vê quem não quer ver", sublinhando que "o primeiro-ministro mente quando diz que os apoios à cultura excedem os 1% quando não chegam aos 0,4%".
C/Lusa