De acordo com o programa, Montenegro chegará ao Rio de madrugada, horas antes do arranque da cimeira de chefes de Estado e de Governo do G20 no Brasil, país que detém atualmente a presidência deste fórum internacional das maiores economias do mundo.
Em entrevista ao jornal brasileiro Folha de São Paulo, divulgada no sábado, o primeiro-ministro manifestou apoio às três prioridades definidas pelo Brasil para a cimeira – o combate à fome e à pobreza, a transição energética e a promoção do desenvolvimento sustentável, e a reforma da governação global –, “que convergem com as prioridades da participação portuguesa”.
“Tal é evidente no apoio que demos, desde a primeira hora, à criação da Aliança contra a Fome e a Pobreza, da qual somos membros fundadores e para a qual decidimos contribuir financeiramente”, acrescentou, dizendo esperar que o G20 no Rio se consagre como “um momento crucial” na “construção de um mundo mais justo e sustentável”.
Acompanhado pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, o chefe do Governo português participará hoje de manhã precisamente no lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.
Aberta a todos os países, esta iniciativa lançada pelo Brasil procurará coordenar parcerias técnicas e financeiras para apoiar a implementação de programas nacionais nos países que aderirem e o financiamento de políticas públicas para a erradicação da fome e da pobreza no mundo.
Segue-se a primeira sessão de trabalho da reunião G20, dedicada também à “Inclusão Social e Luta Contra a Fome e a Pobreza”, na qual intervirão os países desta nova Aliança, incluindo o primeiro-ministro português.
Durante a tarde, Montenegro participará na segunda sessão de trabalho da cimeira, centrada na reforma das instituições de governação global, e tem previstos encontros bilaterais, antes da receção oferecida aos chefes de Estado e de Governo pelo Presidente da República Federativa do Brasil, Lula da Silva.
Na terça-feira, após terminar a cimeira do G20, o primeiro-ministro tem agenda no Rio de Janeiro centrada na comunidade e na língua portuguesas, programa idêntico ao de quarta-feira em São Paulo, regressando ainda nesse dia a Portugal.
Portugal participou durante este ano em mais de 100 reuniões do G20 a convite do Brasil, a nível ministerial e nível técnico, culminando com a cimeira de chefes de Estado e de Governo, no Rio de Janeiro.
O Brasil assumiu em 01 de dezembro de 2023, e até 30 de novembro deste ano, pela primeira vez, a presidência do G20 sob o tema “Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”. Na sua presidência convidou 19 países, incluindo Portugal, Angola, Moçambique e Espanha, e organizações como a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Os membros do G20 – EUA, China, Alemanha, Rússia, Reino Unido, França, Japão, Itália, Índia, Brasil, África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Indonésia, México, Turquia e, ainda, a União Europeia e a União Africana – representam as maiores economias, cerca de 85% do Produto Interno Bruto mundial, mais de 75% do comércio mundial e cerca de dois terços da população mundial.
Lusa