No final de 2018, o advogado Juan Branco, ex-colega de Attal na “école alsacienne”, um estabelecimento privado de excelência em Paris, revelou no livro “Crépuscule” a homossexualidade do jovem macronista, então recém-nomeado secretário de Estado do Ministro da Educação Nacional.
O advogado escreveu sobre a relação entre Gabriel Attal e Stéphane Séjourné, antigo conselheiro político de Emmanuel Macron e hoje em dia dirigente do partido presidencial Renaissance.
Do tempo da “école alsacienne”, um estabelecimento privado de excelência em Paris, Attal tem algumas recordações amargas que relatou em novembro ao canal televisivo TF1: “uma enxurrada de insultos e insultos homofóbicos” nas redes sociais.
Ao pai, revelou a sua orientação sexual pouco antes da sua morte e teve como resposta uma outra pergunta: “contas-me agora? Eu tinha percebido bem. Espero sair (do hospital) antes do fim-de-semana e, assim, podes convidar-me para um brunch no domingo”.
A recordação da conversa com o pai foi relatada ao jornal Libération, onde revela que esse brunch nunca chegou a existir.
“Quanto à homossexualidade, sempre considerei que poderíamos assumi-la sem reivindicá-la. Pergunto-me se carregá-la como uma bandeira não contribuiria para torná-la algo anormal”, notou à revista Closer, em agosto de 2019, afastando-se de um perfil de militante da causa LGBT, como refere a agência France Presse.
Com esta nomeação, a França passa a figurar entre outros países europeus com dirigentes LGBT, tal como Elio di Rupo, na Bélgica, Leo Varadkar, na Irlanda ou Xavier Bettel, no Luxemburgo.
Em 2009, na Islândia, Jóhanna Sigurðardóttir tornou-se a primeira chefe de governo assumidamente homossexual no Ocidente. Ana Brnabic ocupa o cargo de primeira-ministra da Sérvia desde junho de 2017.
Na classe política francesa, muitas alterações ocorreram desde a declaração, em 1998, do antigo presidente socialista de Paris Bertrand Delanoë sobre a sua homossexualidade. Nos últimos anos, vários ministros ou deputados manifestaram-se publicamente sobre a sua homossexualidade.
As associações LGBT saudaram o “símbolo forte” que a nomeação de Gabriel Attal significa, ao mesmo tempo que apelaram a uma política “exemplar” em termos de igualdade de direitos.
Lusa