“Sigo com atenção os acontecimentos na Venezuela. Contrariamente a [Nicolás] Maduro, Guaidó tem legitimidade democrática”, vincou Antonio Tajani numa reação publicada na sua conta oficial da rede social Twitter.
Para este responsável, “deve-se respeitar as manifestações e a liberdade de expressão de um povo que está farto de passar fome e de sofrer os abusos de Maduro”.
A posição surge após o presidente do parlamento venezuelano, o opositor Juan Guaidó, se ter autoproclamado hoje Presidente interino.
"Levantemos a mão: Hoje, 23 de janeiro, na minha condição de presidente da Assembleia Nacional e perante Deus todo-poderoso e a Constituição, juro assumir as competências do executivo nacional, como Presidente Encarregado da Venezuela, para conseguir o fim da usurpação [da Presidência da República], um Governo de transição e eleições livres", declarou, perante uma concentração de milhares de pessoas, no leste de Caracas.
Para Juan Guaidó, "não se trata de fazer nada paralelo", já que tem “o apoio da gente nas ruas".
O engenheiro mecânico de 35 anos tornou-se rapidamente o rosto da oposição venezuelana ao assumir, a 03 de janeiro, a presidência da Assembleia Nacional, única instituição à margem do regime vigente no país.
Nicolás Maduro iniciou a 10 de janeiro o seu segundo mandato de seis anos como Presidente da Venezuela, após uma vitória eleitoral cuja legitimidade não foi reconhecida nem pela oposição, nem pela comunidade internacional.
A 15 de janeiro deste ano, numa coluna de opinião publicada no diário norte-americano The “Washington Post”, Juan Guaidó invocou artigos da Constituição que instam os venezuelanos a rejeitar os regimes que não respeitem os valores democráticos, declarando-se “em condições e disposto a ocupar as funções de Presidente interino com o objetivo de organizar eleições livres e justas”.
Os Estados Unidos, o Canadá, a Organização dos Estados Americanos (OEA), o Brasil, a Colômbia, o Peru, o Paraguai, o Equador, o Chile e a Costa Rica também já reconheceram Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela.
Até agora, só o México e a Bolívia anunciaram que se mantêm ao lado de Nicolás Maduro.
A Venezuela enfrenta uma grave crise política e económica que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.
Esta crise num país outrora rico, graças às suas reservas de petróleo, está a provocar carências alimentares e de medicamentos.
De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a inflação deverá atingir 10.000.000% em 2019.
C/ LUSA