“Agradecemos à Sérvia o seu contínuo apoio e a grande ajuda por parte dos Estado e do povo sérvios”, disse o líder cubano no decurso de uma conferência de imprensa conjunta em Belgrado com o seu homólogo e anfitrião.
Segundo o Presidente cubano, e na sequência da inclusão de Cuba na lista de países que alegadamente apoiam o terrorismo, elaborada por Washington e destinada a justificar a aplicação de sanções, o país registou um bloqueio “sem precedentes” durante a pandemia da covid que provocou graves prejuízos à sua economia.
Em paralelo, apoiou a posição de Belgrado no seu conflito com Pristina, ao reiterar o firme apoio de Cuba à integridade territorial e soberania da Sérvia “em todo o seu território”, e quando Havana se encontra entre as dezenas de países que não reconheceram a autoproclamada independência do Kosovo.
Díaz-Canel também sublinhou o interesse do seu país em fortalecer a cooperação com a Sérvia, e recordou que as bases das estreitas relações de amizade entre os dois países foram iniciadas pelo então presidente cubano Fidel Castro, que visitou Belgrado em 1961 e se encontrou com o então presidente da Jugoslávia, Josip Broz Tito. O líder cubano regressou à então capital federal em 1986, já após a morte de Tito.
“Julgo que na Europa não existe país em que Cuba seja tão conhecido como na Sérvia”, assegurou por sua vez Vucic, que manifestou o interesse do país em exportar produtos agrícolas e alimentares para Cuba, e importar para a ilha medicamentos e vacinas.
As delegações dos dois países assinaram um acordo sobre o levantamento do regime de vistos para pessoas com passaportes diplomáticos e um memorando de entendimento para intensificar a cooperação em termos agrícolas.
A guerra na Ucrânia terá sido outro assunto abordado, e quando Belgrado optou por não impor sanções económicas à Rússia, apesar das fortes pressões ocidentais, e de já ter acolhido no seu território cerca de 80.000 refugiados ucranianos desde o início da invasão em larga escala da Rússia, em fevereiro de 2022.
A visita a Belgrado de Díaz-Canel inclui-se num périplo europeu que inclui a Itália e a Santa Sé e que será concluído em Paris, onde participará na “Cimeira para um novo pacto financeiro mundial” impulsionado pelo Presidente francês Emmanuel Macron.
Lusa