Abraços, carinhos e palavras emocionadas de agradecimento preencheram a visita de quarta-feira do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aos locais mais fustigados pelas chamas na Madeira, prometendo voltar para inaugurar a casa destruída de António Pimenta.
Os ventos não dificultaram apenas o trabalho dos bombeiros nos últimos dias na ilha da Madeira, já que também Marcelo Rebelo de Sousa não conseguiu aterrar no Funchal na segunda-feira e o ‘Falcon’ que o transportava teve que viajar até Porto Santo, de onde foi tlevado depois num helicóptero da Força Aérea para a Madeira.
Depois de pisar terra firme, já passava das 19:00, o Presidente da República não mais parou e visitou muitos dos sítios mais afetados pelos incêndios, o Regimento de Guarnição número 3, onde foram alojadas 600 pessoas que tiveram que ser retiradas das suas casas, terminando com duas visitas aos quartéis dos bombeiros locais, para agradecer, emocionadamente, o trabalho dos últimos dias.
Um dos momentos mais impactantes foi quando Marcelo visitou uma casa totalmente destruída pelas chamas no sítio da Alegria, freguesia de São Roque, concelho do Funchal, abraçado ao proprietário António Pimenta, a quem prometeu voltar quando inaugurasse a casa reconstruída.
"Aquele senhor que tinha a casa destruída, o senhor António Pimenta, começou por se queixar e, no fim, acabou a convidar-me para a nova casa que ia construir. Isto aconteceu apenas ontem, anteontem. Eu agora não largo o senhor Pimenta até ele inaugurar a casa", disse aos jornalistas.
Mas o chefe de Estado vai voltar antes à ilha da Madeira, já que prometeu regressar no final de agosto para "mostrar que a vida continua" depois dos incêndios.
Marcelo persistiu numa mensagem positiva, de coragem e de incentivo, e no regimento falou com várias crianças momentaneamente alojadas num espaço que lhes era estranho, mas onde estavam felizes e diziam gostar dos senhores de verde, os militares.
O Presidente da República disse que "são muitos casos de muitas pessoas que querem recomeçar a vida normal" e aproveitou para recordar incêndios a que assistiu, "como o do Chiado", para explicar que "o combate a fogos urbanos é diferente do combate a fogos florestais" e não entrar assim na discussão sobre o uso de meios aéreos de combate aos incêndios na ilha.
"Queria agradecer-vos a todos. Eu sei que a vida de bombeiro é uma vida de serviço e de missão. Foram inultrapassáveis, foram verdadeiramente únicos", declarou Marcelo, perante os bombeiros voluntários madeirenses.
Já perto das 23:00, concluiu a visita e cumpriu a missão que o fez deslocar à região autónoma: "trazer o abraço de Portugal à Madeira".
C/ Lusa