“Temos hoje identificadas 19 famílias com um total de 72 pessoas que ainda estão em Cabul ou no Afeganistão para retirar”, adiantou o governante socialista.
João Gomes Cravinho falava no parlamento, na Comissão de Defesa Nacional, onde foi esta tarde ouvido sobre o fim da missão das Forças Nacionais Destacadas no Afeganistão, no seguimento de uma pergunta feita pelo deputado do CDS-PP, Pedro Morais Soares.
“Neste momento, estamos em contacto, dessas 72, com 45. Vinte sete não responderam ao último contacto, mas continuaremos a procurar contactá-las”, acrescentou o governante, apontando que todas estas famílias estão localizadas.
Para já, adiantou, as famílias em causa estão bem mas tal como os outros aliados Portugal encontra-se a “procurar oportunidades para ajudá-las a sair”.
“Calcula-se que serão cerca de 1.800 pessoas em circunstâncias semelhantes para o conjunto de países da NATO e, portanto, dessas 1.800, 72 têm as portas abertas se quiserem vir para Portugal e quando houver condições para isso”, disse.
Gomes Cravinho destacou o “trabalho absolutamente notável, em circunstâncias de enorme dificuldade”, dos quatro militares que se deslocaram pela última vez ao Afeganistão para ajudar na retirada de cidadãos do país, em finais de agosto, que permitiu trazer na altura “56 pessoas daquele universo inicial de 116, que, entretanto, depois aumentou para 139 porque outros nomes se acrescentaram”.
“Estabelecemos desde o princípio que Portugal tinha um dever moral de receber em Portugal aqueles que tinham colaborado com as Forças Nacionais Destacadas portuguesas e que estavam naturalmente em perigo de vida, exatamente por esse facto, isto é, eles arriscaram as suas vidas para trabalhar com as nossas forças e por isso temos esse dever moral de apoiá-los a eles e às famílias”, sustentou.