Estas posições foram defendidas em conferência de imprensa por António Costa e Alberto Fernandez, que iniciou no domingo um périplo pela Europa que, depois de Portugal, o levará a Espanha, França e Itália.
Perante os jornalistas, António Costa começou por assinalar que este ano a Argentina celebra 200 anos da sua independência e que Portugal foi o primeiro país do mundo a reconhecê-la.
"E a Argentina foi o primeiro país do mundo a reconhecer em 1910 a proclamação da República em Portugal", completou, concluindo, depois, que "a proximidade entre os dois países tem já dois séculos e nos últimos anos tem-se estreitado" – aqui, numa alusão à visita oficial que efetuou a Buenos Aires, em 2017, em que ficou estabelecido um quadro de cooperação bilateral.
"Abrem-se novas oportunidades de cooperação bilateral em áreas como a ciência, designadamente nos projetos para um melhor conhecimento dos oceanos, do espaço e das alterações climáticas. Vamos também estudar a oportunidade de haver ligações aéreas diretas entre Portugal e Argentina após o fim da covid-19, de existir uma complementaridade no setor dos vinhos (em que somos concorrentes) e de colocar em marcha uma cooperação triangular com os países africanos para aproveitar o enorme saber argentino em matéria agroalimentar", apontou o líder do executivo português.
Já o Presidente da Argentina salientou a proximidade política que disse existir entre os governos de Lisboa e de Buenos Aires.
"Portugal é também uma porta de entrada da América Latina na Europa. Temos de aproveitar esta oportunidade, quando Portugal tem um Governo muito próximo do nosso pensamento sobre a atual conjuntura mundial, para beneficiar os nossos povos", declarou.
Para Alberto Fernandez, "quando dois governos partem de filosofias comuns, todos os acordos são mais simples".
"Queremos aprofundar os acordos de 2017, porque defendemos que Portugal tenha uma presença maior na economia argentina e, da mesma forma, que a Argentina tenha maior presença no mercado português. Há uma necessidade de sermos mais sólidos e mais profundos nos vínculos comerciais, económicos e culturais ao nível bilateral", acrescentou.