"Acho que as pessoas devem ir ao Largo da Fonte e devem continuar a dar vida ao arraial do Monte", disse Pedro Ginja aos deputados da Comissão de Saúde e Assuntos Sociais, no parlamento madeirense, onde foi ouvido sobre as condições de segurança necessárias para a realização do Arraial da Nossa Senhora do Monte.
A audição foi requerida pelo PSD e surge numa altura em que a Câmara Municipal do Funchal, liderada pela coligação Confiança (PS/BE/JPP/PDR/Nós, Cidadãos!), já anunciou que todas as árvores foram vistoriadas e intervencionadas e a segurança das pessoas está garantida.
A Festa de Nossa Senhora do Monte, padroeira da Madeira, realiza-se no dia 15 de agosto e é considerada a maior da região autónoma.
Em 2017, um carvalho centenário tombou sobre uma multidão que aguardava a passagem da procissão matando 13 pessoas e ferindo 50.
"Há condições para a realização da festa [este ano] e acho que a maior homenagem que as pessoas podem prestar aos que morrerem naquela tragédia e aos seus familiares é ir à festa", afirmou Pedro Ginja, engenheiro agrícola e arboricultor responsável pela peritagem às árvores do Largo da Fonte e das áreas adjacentes, trabalho que executou a pedido da Câmara do Funchal.
O técnico sublinhou, no entanto, que, "por precaução", a emissão de som e o lançamento de fogo devem ser "condicionadas", uma vez que podem ter impactos ao nível do solo onde assentam as árvores.
"Se esta precaução for tida em conta, não vejo porque não haja condições para a realização do arraial", disse.
Pedro Ginja explicou, também, que não detetou lesões biomecânicas que justificassem o colapso da árvore em agosto de 2017, mas admitiu que a vibração provocada pelo som e pelo lançamento de fogo nos dias anteriores podem ter afetado o carvalho ao nível do solo.
LUSA