"Se é verdade que o populismo representa um perigo para a democracia, também é certo que a própria democracia terá de corrigir algumas perversões e atualizar referências ideológicas”, alertou o autarca madeirense social-democrata, acrescentando que “é preciso reinventar o projeto da União Europeia e recriar uma nova política económica pujante e limpa”.
Pedro Coelho falava na sessão de abertura da primeira edição das Conferências do Atlântico, evento organizado pela Câmara Municipal de Câmara de Lobos, em parceria com o Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, com o patrocínio da Presidência do Governo Regional da Madeira (PSD/CDS-PP).
A iniciativa decorre entre hoje e sábado, no Museu de Imprensa da Madeira, na cidade de Câmara de Lobos, contígua ao Funchal a oeste, e conta com a participação de 16 oradores portugueses, britânicos e norte-americanos, entre os quais o antigo primeiro-ministro e antigo presidente da Comissão Europeia Durão Barroso, que vão abordar temas relacionados com Winston Churchill, a ilha da Madeira, a Aliança Euro-Atlântica e o 650.º Aniversário da Aliança Luso-Britânica.
“Hoje, volvidos quase 78 anos desde o fim da Segunda Grande Guerra, está novamente latente a ameaça à tradição ocidental de liberdade, pluralismo e de resistência aos inimigos da sociedade que tanto inquietou Winston Churchill”, disse o autarca câmara-lobense, vincando que o seu desempenho enquanto primeiro-ministro do Reino Unido (1940-1945 e 1951-1955) é inspirador.
“São cada vez mais aqueles que ocupam um espaço designado como pertencendo ao lado errado da história”, alertou, apontado a Rússia como um dos “maiores perigos”, na medida em que quer impor um “modelo pseudo-alternativo” à democracia liberal baseado no poder dos oligarcas.
Pedro Coelho identificou também o ressurgimento de populismos, de movimentos de extrema-direita e de extrema-esquerda radical como “perigosas ameaças à democracia liberal”.
“Nos últimos tempos proliferam ensaios de instituição de ditaduras absolutas ou de democracias iliberais, assentes em princípios que rotulam de traidores toda e qualquer oposição, que inquinam a independência do sistema judiciário e que castram a liberdade de imprensa, princípios basilares da democracia”, advertiu.
Lusa