Depois de citar esses milhões de portugueses – "as mais jovens gerações já são bisnetas dos antifascistas que deram a vida pela libertação" – a parlamentar do PCP fez a defesa das "conquistas de Abril".
"Todos quantos não viveram Abril de 1974 são chamados a continuá-lo e a defender os direitos com ele conquistados", afirmou.
"Travamos a batalha pela defesa dos valores mais humanos e mais essenciais, de liberdade e democracia, de igualdade e solidariedade. E não calamos que a pobreza e a miséria, a precariedade e o desemprego são inimigos dos valores de Abril", disse.
E acrescentou que "a desesperança é o contrário do caminho de Abril", que "a impunidade da corrupção, dos crimes económicos e financeiros, dos buracos da banca, da utilização indevida do erário público são afrontas à democracia", que "o seu maior inimigo é a subjugação do poder político pelo poder económico e a sua fusão num só".
Alma Rivera afirmou ainda que os seis "milhões de portugueses que nasceram depois do 25 de abril exigem que a riqueza seja distribuída de forma justa, permitindo uma vida digna a todos, contra a acumulação obscena de alguns, muito poucos, que fogem aos impostos e à justiça ao mesmo tempo que dizem que ‘não é tempo para reivindicar’".
Apesar de não terem vivido nem a ditadura nem a revolução, Alma Rivera pediu aos mais jovens que “continuem Abril” e a defender “os os direitos com ele conquistados, a defender a saúde, a educação e a segurança social contra a lógica do lucro e a ganância dos grandes grupos económicos”.
“Continuamos a luta centenária pelo direito ao trabalho. Contra a sua desvalorização, porque o que sai dos salários continua a ir para os bolsos de uns poucos. Contra a utilização dos trabalhadores como mercadoria descartável, dispensável, porque até uma pandemia é pretexto para agravar a exploração”, disse.
E concluiu que “quem precisa de abril nas suas vidas, quem precisa que a Constituição e os seus direitos se cumpram, tem a força para impedir retrocessos e é com a sua voz e os seus braços que fará cumprir Abril”.