Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, a líder parlamentar do PCP, Paula Santos, considerou que a dissolução do parlamento e marcação de eleições antecipadas decididas pelo parlamento “correspondem à clarificação da atual situação”, mas criticou a data escolhida por Marcelo Rebelo de Sousa.
“Na nossa opinião, entendemos que estas eleições deveriam ser realizadas mais cedo. Entendemos que não há justificação para o seu protelamento em nome de um Orçamento do Estado que não dá resposta aos problemas que afetam os trabalhadores, o povo e o país”, declarou.
Para Paula Santos, a proposta orçamental “não dá resposta nos salários e nas pensões, na saúde, na educação, na habitação”.
“De qualquer forma, prosseguindo a discussão do Orçamento, o PCP não deixará de intervir com propostas, com soluções concretas, para dar resposta aos problemas, propostas no sentido que permitam a elevação das condições de vida, reforçar serviços públicos, garantir os direitos consagrados na nossa Constituição”, afirmou.
A líder parlamentar do PCP sustentou que a resposta aos “problemas que afetam a vida dos trabalhadores e do país exigem a rutura com opções políticas de favorecimento dos grupos económicos” – que considerou serem prosseguidas por PS, PSD, CDS, Chega e IL -, e a implementação de uma “política alternativa, patriótica e de esquerda”.
“Para isso, é condição o reforço do PCP, da CDU, em que as questões dos salários, das pensões, da sua valorização são uma questão de urgência”, assim como “o reforço do SNS, a escola pública, a garantia do direito à habitação, o controlo público de setores estratégicos, uma justa política fiscal ou a promoção da produção nacional”, disse.
Para o PCP, prosseguiu Paula Santos, estas eleições legislativas antecipadas “podem constituir uma oportunidade para uma mudança de política e para uma política ao serviço dos interesses dos trabalhadores, do povo e do país”.
O Presidente da República anunciou hoje que vai dissolver o parlamento e marcar eleições legislativas antecipadas para 10 de março.
"Optei pela dissolução da Assembleia da República e a marcação de eleições em 10 de março de 2024", declarou o chefe de Estado, numa comunicação ao país a partir da Sala das Bicas do Palácio de Belém, em Lisboa.
Lusa