Em Braga, durante um encontro com militantes, Rangel disse ainda que quer lutar “por uma maioria estável” e vincou que, com ele na liderança, o PSD “não será a muleta” do PS nem “o partido de uma coligação” com os socialistas.
“Se quiserem que tudo fique na mesma e estejamos aqui a fazer contas como quem joga num tabuleiro de xadrez sobre quem governa, se é o PS ou PSD, ora agora governas tu, ora agora governo eu, dois anos um, dois anos outro… Se é para esse tipo de entendimento ou de negócio que querem, então por favor não votem nesta candidatura”, referiu.
Em resposta a quem o acusa de não estar preparado para ser primeiro-ministro, Paulo Rangel contra-atacou com uma “indireta” a Rui Rio, seu adversário na corrida pela liderança do PSD.
“Há uma coisa que eu sei: ao contrário de outros, eu não estou preparado para ser vice-primeiro-ministro”, disse.
Ainda com Rui Rio na mira, Paulo Rangel adiantou que não quer ser um presidente do PSD “numa torre de marfim, fechado nos gabinetes ou em ambientes protegidos, que não fala com os militantes, que não sai à rua e que faz os seus discursos de cátedra para aparecer na televisão”.
Rangel acusou ainda a atual liderança do PSD de fazer uma oposição “tímida e por vezes colaboracionista” ao Governo.
Apontando depois baterias para o atual primeiro-ministro e recandidato do PS nas legislativas de janeiro, Paulo Rangel disse que está “esgotado, exausto e exaurido” e considerou que, uma vez finda a “geringonça”, o voto no PS “será sempre um voto inútil”.
Por isso, considerou que o PSD deve apresentar-se a eleições não como uma solução de cooperação com o PS, mas sim como uma alternativa credível e assumir que quer governar com uma “maioria estável”.
“Não podemos estar com respeitinhos e reverências para com o primeiro-ministro ou a governação socialista. Temos, sem medo das palavras, de dizer ao que vimos”, vincou.
As eleições para a liderança do PSD estão marcadas para 27 de novembro, sendo os candidatos Rui Rio e Paulo Rangel.