Desde quarta-feira, dia 01 de dezembro, todos os passageiros provenientes de voos internacionais, independentemente de possuírem certificado de vacinação são obrigados a apresentar um teste negativo de diagnóstico à covid-19 no momento do embarque, à exceção dos viajantes com certificado de recuperação da covid-19.
A circulação nas chegadas do aeroporto mudou, há segurança e polícias por todo o espaço, não sendo possível a entrada ou circulação de quem espera por familiares naquela área, só os passageiros, agora com ‘micas’ na mão onde guardam o certificado do teste negativo pronto a mostrar às autoridades ou o telemóvel com a aplicação respetiva onde se pode ler o ‘código digital’.
Durante a manhã de hoje, a reportagem da Lusa abordou passageiros que chegaram a território nacional, tanto nacionais, como estrangeiros, e houve unanimidade em todos os contactados, que concordaram com as novas regras obrigatórias para viajar para Portugal, apesar de não serem iguais em todos os países.
Brenda Lopes chegou de Fortaleza, no Brasil, depois de três semanas de férias. Soube das novas regras necessárias para embarcar para Portugal “em cima da hora”, mas admite que foi tranquilo.
“[Aqui] pediram mesmo o teste de covid-19, mas em relação ao certificado de vacinação não me pediram”, disse a jovem, adiantando concordar com as novas regras. Considerou até “que poderia haver mais controlo”.
“É uma preocupação que todo o mundo deve ter, mesmo nesta altura, as pessoas ainda precisam de ser avisadas para usar máscara e manter distanciamento. Não tenho nada contra”, afirmou.
À Lusa explicou que, apesar de haver muitas pessoas, sentiu que na área do desembarque o espaço estava “mais livre”, talvez pelo controlo da rota dos aviões, explicou, reconhecendo que todo o processo de desembarque e até à saída do aeroporto decorreu com “toda a normalidade”.
Luis Santos, morador no Porto, chegou hoje a Lisboa depois de umas férias no Brasil, adiantado ter sido “apanhado de surpresa” e que teve de marcar em cima da hora o teste para poder embarcar.
“Correu bem, deu negativo e aqui estou. Foi mais fácil do que o que eu pensava, julgava que ia ter filas intermináveis, mas foi tranquilo, rápido, sem problema nenhum, foi normal”, contou.
O jovem explicou que as novas regras o deixaram “mais tranquilo” para viajar, confessando não querer apanhar covid-19 e o facto de saber que todos à sua volta no voo têm um teste negativo o faz baixar a máscara para comer com mais serenidade.
Também João, que viaja frequentemente devido ao trabalho, explicou à Lusa que a chegada de Alicante decorreu com “toda a normalidade, sem problema nenhum”.
“Foi muito rápido aqui no controlo, todos muito simpáticos”, disse, recordando, no entanto, que ainda só viajou para origens onde não há complicações de internet, não sabendo se quando viajar para destinos em África será igual.
Quando questionado sobre se se sentia mais seguro com as novas regras, João disse ser “difícil de dizer”, lembrando que “o inimigo é invisível” e, por isso, “qualquer regra é melhor do que não existir nenhuma”.
Carlos Vicente, que vai hoje para Inglaterra, explicou que tem estado sempre a atualizar as informações sobre as regras exigidas nos países “através da internet e dos telejornais”, uma vez que os “requerimentos são diferentes”.
“Eles não exigem o teste para embarcar, mas à chegada temos de fazer um teste e esperar pelos resultados em quarentena domiciliária. Cada país tem as suas regras e como hão de lidar com esta crise”, avançou, admitindo viajar “mais tranquilo” com as regras impostas, porque sabe do “perigo de contágio”.
Em Portugal, as companhias aéreas que transportem passageiros sem teste negativo à covid-19 incorrem numa multa entre 20.000 e 40.000 euros, por passageiro, e os viajantes são também alvo de uma contraordenação por não apresentarem teste à chegada, que pode ter multa entre os 300 e os 800 euros.
Estão isentos da obrigatoriedade de testes, PCR ou rápido, os passageiros de voos domésticos, os menores de 12 anos e as tripulações.
Também desde as 00:00 de quarta-feira, os cidadãos de países exteriores à União Europeia (UE) e dos países da UE considerados de risco vermelho ou vermelho-escuro precisam de teste negativo ou certificado de recuperação para entrar em Portugal, através das fronteiras terrestres.
Os cidadãos oriundos dos países da UE considerados de risco baixo ou moderado devem ser portadores do certificado de vacinação, teste ou recuperação para entrarem em Portugal.
A covid-19 provocou pelo menos 5.233.111 mortes em todo o mundo, entre mais de 263,61 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, foi recentemente detetada na África do Sul, tendo sido identificados, até ao momento, 34 casos em Portugal.