Numa nota enviada à agência Lusa pelo secretário-geral da Comissão Política Nacional do PPM, Paulo Estêvão, que integra o Governo Regional dos Açores, de coligação com o PSD e CDS-PP, considera-se que o almirante “reúne as condições necessárias para assumir a chefia do Estado”, tendo em conta as “condições extraordinárias em que o país se encontra”.
“A fragmentação do sistema político nacional, nomeadamente a nível da Assembleia da República e das Assembleias Legislativas Regionais dos Açores e da Madeira, exige a presença de um chefe de Estado politicamente independente, que possa constituir um referencial de estabilidade, de isenção e de mediação entre os diversos agentes políticos”, considera Paulo Estêvão.
O PPM integrou a coligação Aliança Democrática (AD), com o PSD e o CDS-PP, que venceu as eleições legislativas em março e conduziu à formação do Governo liderado por Luís Montenegro.
É o primeiro partido político a assumir publicamente o apoio a uma candidatura presidencial.
Para Paulo Estêvão, os acordos de coligação que o PPM assinou, a nível nacional e nos Açores, no âmbito da AD, “excluem as eleições presidenciais” e em “nada belisca a coesão da coligação existente entre o PSD, o CDS-PP e o PPM no quadro político nacional e nos Açores”.
De acordo com o dirigente monárquico, “pela sua afirmação política independente, no quadro político nacional, nomeadamente no que diz respeito à sua independência em relação aos grandes partidos nacionais que se revezam rotativamente no poder”, o almirante Gouveia e Melo “está em condições de garantir a estabilidade das instituições”.
Gouveia e Melo vai passar à reserva logo após o término do seu mandato, em 27 de dezembro, considerando que “não faz sentido, depois de sair da Marinha, continuar com uma sombra relativamente à Marinha”.
O almirante, que nunca confirmou nem afastou a possibilidade de entrar na corrida a Belém, afirmou que vai passar a uma “nova fase” da sua vida, mas sem especificar qual, numa altura em que o seu nome é apontado como um dos eventuais candidatos às eleições presidenciais de 2026.
As candidaturas presidenciais são apresentadas ao Tribunal Constitucional (TC) até 30 dias antes da data da eleição, e têm de ser subscritas por um mínimo de 7.500 e um máximo de 15.000 cidadãos eleitores. Só depois de validadas pelo TC as candidaturas são oficiais.
Lusa