“O PAN/Madeira, no âmbito da proposta de Paulo Cafôfo em reunir os partidos para a criação de uma alternativa de governo, considera que é possível a construção de uma alternativa no tempo certo e sem as lideranças atuais”, lê-se no comunicado relacionado com a reunião da Comissão Política Regional do partido, que ocorreu na tarde de hoje.
Citada no documento, a porta-voz regional e deputada única do PAN na Assembleia Legislativa da Madeira, Mónica Freitas, diz que a região “vive infelizmente uma crise de lideranças que condiciona possíveis entendimentos entre partidos”.
“O PAN, enquanto partido de construção, acredita que é possível construir uma alternativa diferente e credível, contudo a mesma não passa por líderes como Miguel Albuquerque ou Paulo Cafôfo”, reforça.
A eleita adianta que o PAN está concentrado nos próximos desafios, nomeadamente a discussão da moção de censura, opinando ser “prematuro esta proposta de reunião entre partidos, incluído os que não têm representação parlamentar, sem saber o que irá resultar da próxima terça-feira”.
Face a um possível cenário de eleições legislativas antecipadas, o PAN considera que “a Madeira precisa de soluções” que tirem a região “do empasse político atual”, visto que terminou o tempo das maiorias absolutas e, no contexto democrático, “os entendimentos são fundamentais”.
“Uma sociedade evoluída constrói-se pela união de diferentes visões e o PAN, ao contrário de outros, não tem preconceitos ideológicos, sabendo muito bem o que cada partido defende e quais são os pontos de divergência”, sublinha a deputada.
Mónica Freitas reforça que o Pessoas-Animais-Natureza, sendo um “partido de centro pelas causas, não se preocupa se as propostas vêm da direita ou da esquerda” e está na política “pelas pessoas e é para elas que trabalha”.
“Aliás, no cenário parlamentar, os partidos aprovam propostas uns dos outros, venham elas da esquerda ou da direita, o que demonstra que é perfeitamente plausível chegar a atendimentos”, refere.
Lembrando que “o PAN sempre se apresentou como um partido progressista, a deputada defende que ser progressista é olhar o futuro e ter um projeto e uma visão clara para a região, sem conservadorismos”.
Por isso, a responsável destaca que o partido “mais do que estar ocupado a criticar outros partidos, prefere focar-se nas suas propostas e continuar a contribuir para uma Madeira mais sustentável, na defesa de uma economia circular que respeite os princípios da justiça social”.
“Defendemos que, no tempo certo, havendo capacidade dos agentes políticos deixarem os seus egos de lado, os madeirenses merecem que trabalhemos de forma séria e responsável numa solução sólida que acima de tudo seja a pensar no bem-estar dos madeirenses”, conclui.
O PS/Madeira anunciou hoje que o presidente do partido enviou convites ao JPP, IL, PAN e BE visando a criação de uma coligação alternativa ao PSD, visto que será discutida na próxima terça-feira uma moção de censura apresentada ao Governo Regional, liderado por Miguel Albuquerque, que tem aprovação anunciada pelos principais forças políticas do arquipélago (PS, JPP e Chega).
Porém, o JPP, o BE, a IL e agora o PAN já rejeitaram publicamente este convite do líder do PS/Madeira para criar “uma nova solução governativa “para a região, para derrubar o PSD.
Neste cenário de aprovação da moção de censura, de acordo com o Estatuto Político-Administrativo da Madeira, acontece a queda do executivo regional que está em funções há seis meses, o que pode representar a realização de novas eleições legislativas antecipadas. O último aconteceu em 26 de setembro de 2023.
O PSD de Miguel Albuquerque perdeu a maioria, ficando o parlamento composto por 19 deputados sociais-democratas, 11 do PS, nove do JPP, quatro do Chega, dois do CDS-PP, com a IL e o PAN a assegurarem um lugar cada no hemiciclo composto por 47 elementos.
Lusa