Num comunicado assinado pela Comissão Política Permanente, e divulgado no ‘site’ do partido, o Pessoas-Animais-Natureza refere que “os responsáveis do PAN Madeira, agora demissionários, não desenvolveram a ação política e partidária necessária para concretizar o projeto regional com que se haviam comprometido” e que esse “fracasso” ficou demonstrado pelos “resultados eleitorais das eleições de 2019 para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira (RAM)”.
“João Freitas e a sua direção projetam, assim, os motivos da sua saída na Comissão Política Nacional do PAN, numa tentativa de camuflar a falta de competência política demonstrada, a falta de vontade em dar seguimento ao trabalho político fora do período eleitoral e a não promoção da coesão interna regional”, acusa a direção do PAN.
O órgão que “assegura a gestão administrativa e a direção quotidianas” salienta que “a estratégia nacional do partido sempre foi, e continua a ser, a de apoiar todas a estruturas partidárias dos concelhos, distritos e das regiões autónomas para que a ação política seja concretizada, o que se verifica em todo o país”.
“Depois do forte apoio dado ao PAN Madeira, nomeadamente com a alocação de recursos para desenvolver uma campanha eleitoral, o investimento numa sede regional, de várias presenças de dirigentes da Comissão Política Nacional na RAM durante o mandato desta Comissão Política Regional e de sempre se ter articulado a agenda da Assembleia da República com a política regional, os motivos apresentados pela direção demissionária nada mais procuram do que disfarçar a falta de competência e vontade política para concretizar as causas e os projetos do PAN na RAM”, insiste a Comissão Política Permanente.
Os membros da Comissão Política Regional do PAN da Madeira renunciaram ao cargo e desfiliaram-se do partido, anunciaram hoje João Freitas, Isabel Braz e Ana Mendonça, indicando que o PAN deixa de ter representação no arquipélago.
Entre os argumentos apresentados, os três dirigentes demissionários falam num “excesso de autoridade crescente imposto por um núcleo duro na direção do partido”, de as votações na Assembleia da República terem “sido realizadas quase sempre contra os interesses dos madeirenses e dos porto-santenses” e ainda de um “forte estrangulamento financeiro”.
No comunicado, a direção nacional do partido diz que “é falso que o Grupo Parlamentar não tenha consultado o PAN na Madeira sobre as matérias relacionadas com a Região Autónoma” e que “no dia de 3 de junho o Grupo Parlamentar enviou um email ao João Freitas solicitando uma análise e posicionamento sobre propostas que se encontravam a debate, bem como pedido de contributos para o Orçamento Suplementar, não tendo João Freitas apresentado qualquer contributo”.
“Quanto ao argumento do estrangulamento financeiro, este também não corresponde à verdade. Tal como definido em regras internas, foi solicitado atempadamente à Comissão Política Regional do PAN Madeira, tal como a todos os órgãos do partido, o envio do orçamento regional para 2020, o que esta Comissão Política não fez”, continua.
O PAN assinala que “ainda assim, foram destinadas verbas para este órgão” e que “João Freitas, enquanto membro da Comissão Política Nacional, aprovou sem qualquer tipo de objeção a verba de que agora se queixa, no âmbito da definição do Orçamento 2020 do partido”.
A Comissão Política Permanente vinca ainda que “o partido irá dar continuidade à prossecução dos seus objetivos na Região Autónoma da Madeira”, mas não refere a falta de representação naquele arquipélago.