"Quando falamos de planeamento, falamos de ação política e falamos para o futuro e é bom que os políticos, a todos os níveis, desde as autarquias, passando pelo governo regional, todas estas entidades têm um pouco desta perceção naquilo que se fizer hoje, vamos estar a condicionar o futuro", afirmou.
Falando na sessão de abertura do primeiro congresso Internacional em Planeamento Sustentável e Ordenamento Territorial, que decorre na Universidade da Madeira, o governante reconheceu que é importante este tema ser discutido.
"A pertinência destes temas num território muito hostil, muito difícil do ponto de vista orográfico, com uma densidade habitacional dramática em que estas questões do planeamento e da organização territorial são claramente pertinentes", disse.
O governante reconheceu que a população madeirense tem conhecimento dos riscos de, por exemplo, viver perto de uma ribeira, e que tal posição geográfica tem de ser combatida pela via científica.
"À luz dos conhecimentos atuais, há situações de povoamento que têm de ser corrigidas, estudadas e, muitas vezes, o conhecimento empírico de anos não consubstancia o conhecimento atual e científico sobre estas temáticas", afirmou, dando como exemplo os "graves constrangimentos em relação aos riscos naturais".
Amílcar Gonçalves lembrou que, após a aluvião de 20 de fevereiro de 2010, foi feito um estudo sobre os riscos naturais para, justamente, combater o empirismo.
"Lembro que o governo regional pós o 20 de fevereiro fez um estudo em que contou com a Universidade da Madeira, o Técnico e o Laboratório Regional de Engenharia Civil para conhecer este fenómeno e para esbater um pouco o conceito empírico que havia sobre este tipo de fenómeno", explicou.
Estes estudos permitiram, depois, "elaborar uma série de projetos de correção destas principais ribeiras", ainda que tenha constatado que "muitas vezes estes projetos não são bem entendidos pela população", apesar de terem existido estudos que "justificam este tipo de intervenção.
Durante três dias mais de 100 especialistas debatem no Funchal os desafios futuros inerentes ao planeamento sustentável e ordenamento territorial, nas suas vertentes ambiental, económica, social e infraestruturas.
C/ LUSA