O deputado Rafael Nunes, do JPP, criticou "a ausência de uma política consistente, integrada num plano de ação à escala regional" de combate às pragas de ratos ao apresentar o projeto de resolução do partido, recomendando ao Governo Regional que "assegure a operacionalização, articulação e cooperação entre os diversos organismos sob a dependência das secretarias regionais com responsabilidade nas áreas do ambiente, agricultura, saúde e autarquias" naquele domínio.
O deputado do PSD [partido que suporta o Governo Regional] Rómulo Coelho contrapôs dizendo que o Governo Regional já tem um programa de combate aos roedores, lembrando, contudo, "sem criar alarmismos", que há que ter a "consciência" que "sempre existiram ratos" e que os mesmos "fazem parte do ecossistema em que a Madeira se integra".
Rómulo Coelho recordou ainda que o PIDDAR – Programa de Investimento e Despesa de Desenvolvimento da Administração Regional para 2018 contempla uma verba de 133.000 euros para o combate e controlo de roedores.
O deputado, reconhecendo ser um problema para a agricultura e, sobretudo, para a saúde pública, revelou também que a Direção Regional de Agricultura "desde 2013 já investiu 375.000 euros nesse programa", salientando que os agricultores "são as pessoas com maior formação para aplicar os raticidas".
Ricardo Lume (PCP) e Roberto Almada (BE) consideraram que, para combater a praga de ratos, "não basta distribuir a granel os raticidas", nem através de uma política de "olhómetro", mas sim por via de política concertada entre Governo Regional, secretarias regionais, autarquias e agricultores.
O deputado do PS Avelino Conceição declarou, por seu lado, que "este é o governo do anúncio, anuncia que vai fazer, mas, depois, tudo fica na mesma". Disse ainda que "os agricultores precisam é de uma verdadeira política agrícola".
Para Lino Abreu, deputado do CDS-PP, a Madeira "não precisa de um plano estratégico" para combater os ratos, mas, sim de "um plano de ação no terreno coordenado por todas as entidades envolvidas – Governo Regional, câmaras municipais, juntas de freguesias, casas do povo e cooperativas agrícolas – e objeto de fiscalização".
Quintino Costa, do PTP, questionou "a eficácia" das medidas do Governo Regional enquanto o deputado não inscrito (ex-PND) Gil Canha falou da "rataria pesada" [política] que controla a região.
O projeto de resolução, da autoria, do JPP, designado "Plano Estratégico para o combate e controlo às pragas de ratos", foi rejeitado pelo PSD, teve a abstenção do CDS-PP e os votos a favor do PCP, BE, JPP, PS, PTP e deputado independente.
c/LUSA