A ONG informou hoje que uma mulher grávida de oito meses teve de ser transportada de urgência para Itália, pois, segundo o obstetra a bordo, "estar no mar durante dez dias, viver este stress e medo, dormir no chão e as vibrações do barco agravaram as suas condições".
Alguns dos 295 migrantes a bordo do navio “passaram a sua décima noite na ponte. As crianças, mulheres e homens ainda não têm a oportunidade de desembarcar. (…). Este impasse é angustiante. Eles precisam agora de um porto seguro", acrescentou a ONG.
A “SOS Méditerranée” divulgou, entretanto, algumas histórias dos resgatados, como a de John, "que tentou atravessar o Mediterrâneo em novembro de 2021 pela primeira vez, mas foi intercetado pela guarda costeira líbia e levado para um centro de detenção” naquele país.
“Foi espancado tão brutalmente que o seu pulso e a sua perna foram partidos. Ele ainda ostenta as marcas da violência”, relatou a ONG, acrescentando que "John foi resgatado pelo ‘Ocean Viking’ em 19 de maio, estava num barco sobrecarregado. Mas o seu calvário ainda não terminou. Ainda está preso no convés do (…) navio, à espera de autorização para desembarcar num porto seguro".
Entre os resgatados encontram-se muitas crianças, incluindo um bebé de apenas três meses de idade.
Desde o início do ano, quase 18.000 migrantes chegaram às costas italianas, um número superior ao registado no mesmo período do ano passado (13.765), de acordo com dados actualizados hoje pelo Ministério do Interior italiano.