Foi uma noite longa e que ditou a vitória do Partido Socialista. Com 36,6% dos votos, António Costa vê legitimada a governação, mas com 106 deputados, quando ainda falta apurar os resultados para eleger quatro mandatos no estrangeiro.
O PS fica obrigado a tentar nova solução de Governo à esquerda, que poderá ser alargada ao PAN e ao Livre, que elegeu pela primeira vez uma deputada – Joacine Katar Moreira.
Além de longa, a noite trouxe algumas novidades. Um resultado histórico colocou dez partidos na Assembleia da República, sendo três deles uma novidade. O Livre, o Iniciativa Liberal e o Chega conseguiram cada um o seu deputado no hemiciclo de São Bento, que pela primeira vez acolhe um deputado conotado com a extrema-direita, André Ventura, o líder deste terceiro partido.
A noite eleitoral trouxe um sabor amargo ao CDS, que com 4,2% fica reduzido a cinco deputados na Assembleia da República. Foi o suficiente para saída de Assunção Cristas, que esperou pouco mais de uma hora para anunciar a sua demissão.
A vitória mais saborosa da noite foi talvez a do partido Pessoas-Animais-Natureza, de André Silva, que vê triplicado o número de deputados em S. Bento e consegue o tão desejado grupo parlamentar. Era apenas um na anterior legislatura e agora garante quatro assentos na Assembleia.
O PSD de Rui Rio, por outro lado, tem um dos seus piores resultados com os sociais-democratas a alcançarem 27,9% dos votos. O partido vê o número de deputados reduzidos a 77, mas Rui Rio mantém-se de cabeça erguida e vai ponderar com “serenidade” se continua.
A CDU recua para 6,4% e perde cinco deputados, vendo ao mesmo tempo o Bloco de Esquerda consolidar-se como a terceira força política, com 19 deputados e 9,6% dos votos. Ainda assim, um resultado inferior ao das legislativas de 2015 já que o BE perdeu mais de 57 mil votos e baixou a barreira dos 10% de votação.