Único candidato à sucessão de Ardern, Chris Hipkins, de 44 anos, vai ser formalmente nomeado líder do Partido Trabalhista no domingo, antes de se tornar o 41.º primeiro-ministro do país.
"A bancada do Partido Trabalhista reúne-se às 13:00 de domingo [19:00 de hoje em Lisboa] para validar a nomeação e confirmar Chris Hipkins como líder do partido", disse Duncan Webb, membro do Partido Trabalhista.
Hipkins ocupará então o cargo de primeiro-ministro pelo menos até às eleições gerais de 14 de outubro.
"Gosto de de pensar que sou uma pessoa decisiva capaz de cumprir as coisas", disse o responsável aos jornalistas fora do parlamento, em Wellington, capital do país.
Chris Hipkins desempenha atualmente o cargo de Ministro da Administração Interna, Educação e Serviços Públicos.
Foi eleito pela primeira vez para o parlamento em 2008 e nomeado Ministro com a pasta do covid-19 em novembro de 2020.
Jacinda Ardern anunciou na quinta-feira a sua renúncia ao cargo de chefe de governo, convocando eleições para 14 de outubro.
“Dei tudo de mim para ser primeira-ministra, mas isso também exigiu muito de mim”, disse.
A primeira-ministra demissionária tinha sido eleita para liderar o país com apenas 37 anos, após a surpreendente renúncia do líder de centro-direita John Key, tornando-se a primeira-ministra mais jovem da Nova Zelândia desde 1856 e um símbolo do progressismo, com vincadas ideias de esquerda.
Depois de conseguir um segundo mandato, graças à vitória esmagadora do Partido Trabalhista nas eleições legislativas de 2020, Ardern teve uma queda de popularidade nos últimos anos, atribuída a várias causas: deterioração da situação económica, declínio da confiança no seu Governo, ressurgimento da oposição conservadora.
Nos últimos meses, a primeira-ministra não conseguia já esconder a irritação com a oposição aguerrida da direita e começaram a fazer-se notar os sinais de desgaste político.
Nascida em 1980, em Hamilton, a sul de Auckland, Jacinda Ardern diz que foi a pobreza a que assistiu no interior da Ilha do Norte que ajudou a moldar as suas crenças de esquerda.