“Não, não está”, afirmou Pedro Nuno Santos em resposta ao deputado da Iniciativa Liberal (IL) Carlos Guimarães Pinto que, após o ministro ter afirmado que o processo de privatização não está ainda definido, insistiu que “então neste momento não há qualquer tipo de negociação com nenhum potencial comprador?”.
O deputado da IL insistiu ainda em saber se Pedro Nuno Santos podia confirmar que a privatização da TAP ocorrerá ainda em 2023, se será sobre mais de 50% do capital e se, após a privatização, o Estado planeia ficar com algum tipo de obrigação ou se dará algum tipo de garantia sobre a dívida da TAP, mas a resposta de Pedro Nuno Santos não se afastou do registo inicial.
“Enunciámos um objetivo que foi a abertura da capital da TAP, porque nunca foi objetivo manter com 100% da TAP. (…) Esse processo não foi iniciado e não podemos dar resposta sobre um processo que não foi iniciado”, disse o ministro que está hoje a ser ouvido na Comissão do Orçamento de Finanças no âmbito da proposta do Orçamento do Estado para 2023 (OE2023).
O deputado da IL quis também saber se injeção de dinheiro na TAP não salvaguardou os 5% de capital que os trabalhadores tinham na empresa, tendo o ministro referido que das negociações realizadas com Bruxelas sobre o plano de reestruturação da TAP resultou a exigência de as injeções de dinheiro na empresa serem transformadas em capital pelo que, neste quadro, “todas as participações se diluem”.
Antes, André Ventura, do Chega, tinha também já trazido a TAP para a audição, questionando o ministro sobre o número de cancelamentos de voos. Na resposta, o ministro acusou o deputado de "misturar tudo" ao defender a intervenção na TAP, mas criticar o dinheiro [injetado], a não querer privatizar a TAP, mas a querer saber quanto é que o Estado vai perder.
Paula Santos, do PCP, questionou, por seu lado, Pedro Nuno Santos sobre o fim dos cortes salariais na TAP, após a empresa ter registado lucros de 111 milhões de euros no terceiro trimestre, mas o ministro afirmou que não há ainda condições para estes acabarem.
"Não podemos terminar os cortes" enquanto a empresa continua a ter uma situação deficitária, disse Pedro Nuno Santos que reconheceu os sacrifícios que os trabalhadores estão a ser chamados a fazer e que a empresa está a recuperar mais depressa do que o esperado.