“Eles pressionaram sem parar” para capturar Vovche e Prohres, disse o sargento-chefe da 47ª Brigada Mecanizada Separada da Ucrânia, Oleh Chaus, à rádio Svaboda.
“Eles enviaram um grande número de tropas, que não tinham sido usadas anteriormente”, referiu ainda.
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou nos últimos dias que tinha tomado o controlo das aldeias, mas o Estado-maior ucraniano não fez qualquer comentário oficial.
As aldeias situam-se a cerca de 30 quilómetros a noroeste de Avdiivka , uma cidade de Donetsk que o exército russo conquistou em fevereiro após uma longa batalha. Essa vitória foi o último grande triunfo do Kremlin na guerra que está agora no seu terceiro ano.
O ataque da Rússia, alimentado pela sua grande vantagem em termos de soldados e armamento, obrigou repetidamente os ucranianos a recuarem das posições defensivas para evitarem ser capturados ou mortos.
Oleksandr Shyrshyn, vice-comandante do batalhão da 47ª brigada, confirmou aos meios de comunicação locais que as aldeias tinham sido tomadas. O responsável militar atribuiu a derrota à falta de formação das tropas, às fracas capacidades dos oficiais, à pouca motivação e ao armamento inadequado.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, descreveu no domingo a situação na região de Donetsk como “extremamente difícil”.
A estratégia russa de guerra de atrito, com poderosas bombas planadoras que esmagam as defesas ucranianas antes de a infantaria avançar, trouxe ganhos incrementais ao Kremlin, que procura outra grande vitória.
As tropas russas estão também a intensificar o seu esforço de semanas para romper as defesas ucranianas em torno de Pokrovsk, uma cidade com cerca de 60.000 habitantes antes da guerra, indicou hoje o Estado-Maior ucraniano.
A Rússia lançou 52 ataques nas últimas 24 horas, quase o dobro do número diário registado nas últimas semanas.
Entretanto, as defesas aéreas russas impediram uma barragem noturna de 39 drones ucranianos em cinco regiões do país, segundo as autoridades russas.
O Ministério da Defesa da Rússia disse que os drones foram “intercetados e destruídos” em regiões que fazem fronteira com a Ucrânia, bem como na região de Leningrado, cerca de 700 quilómetros a norte da fronteira ucraniana.
Uma central elétrica, uma ponte e uma linha elétrica foram danificadas pelos destroços dos drones.
A Ucrânia tem utilizado alta tecnologia na sua campanha de ataques de drones cada vez mais ambiciosos nas profundezas da Rússia, que visam infraestruturas críticas, numa tentativa de tornar a guerra mais dispendiosa para Moscovo e prejudicar a sua máquina de guerra.
Lusa