As declarações surgiram no mesmo dia em que Ana Paula Martins admitiu conhecer o relatório da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP) onde constava a acumulação de funções de António Gandra d’Almeida.
Segundo relatos citados pela agência Lusa, durante o Conselho Nacional do PSD, que decorreu segunda-feira à porta fechada, Luís Montenegro assegurou que nem ele nem a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, “sabiam ou tinham como saber” se na “vigência do Governo anterior” poderia ter havido alguma incompatibilidade.
Em causa está a polémica que levou à demissão de Gandra D’ Almeida, que acumulou, durante mais de dois anos, as funções de diretor do INEM do Norte, com sede no Porto, com as de médico tarefeiro nas urgências de Faro e Portimão e que terá recebido por esses turnos mais de 200 mil euros.
Horas antes das declarações de Montenegro, a ministra da Saúde foi questionada sobre se sabia da acumulação de funções de António Gandra D’ Almeida. Ana Paula Martins respondeu que conhecia o relatório de avaliação da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP), que é público.
“Naturalmente que conheço o relatório da CReSAP. Pois se nós indigitamos personalidades, elas vão à comissão de avaliação, é-nos dado depois o parecer da comissão de avaliação. E o parecer (…) é positivo”, explicou.
Ainda assim, no Conselho Nacional Montenegro reiterou os elogios à ministra da Saúde, considerando que a pressão pública de que tem sido alvo não é pelo que está a fazer o atual Governo, mas pelo que “não foi feito” até à data em que este Executivo tomou posse.